Governo eleva previsão de crescimento da economia para 2,5% em 2024

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Inflação projetada para 2025 ainda ultrapassa o teto da meta e cenário externo pode gerar instabilidade

A expectativa de crescimento da economia brasileira subiu ligeiramente. A nova projeção do Ministério da Fazenda, divulgada nesta sexta-feira (11) por meio do Boletim Macrofiscal da Secretaria de Política Econômica (SPE), aponta que o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 2,5% em 2024, um aumento de 0,1 ponto percentual em relação à estimativa anterior, de 2,4%.

Segundo o documento, a revisão foi motivada principalmente pelo bom desempenho do mercado de trabalho e por uma perspectiva mais otimista para a agropecuária, que agora deve crescer 7,8% neste ano. Antes, a previsão para o setor era de 6,3%. As novas estimativas consideram ganhos na produção de milho, arroz, algodão e café.

A expansão dos serviços também foi revisada para cima, de 2% para 2,1%, enquanto a indústria teve uma leve queda nas expectativas: de 2,2% para 2%. De acordo com a SPE, o setor industrial começa a sentir com mais intensidade o impacto da taxa básica de juros, que segue elevada.

Apesar da leve melhora no cenário atual, a equipe econômica projeta uma desaceleração no segundo semestre. Para 2026, inclusive, a estimativa de crescimento do PIB foi reduzida de 2,5% para 2,4%.

Em relação à inflação, a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025 foi levemente ajustada de 5% para 4,9%, ainda acima do teto da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 4,5%. Para 2026, a expectativa de inflação foi mantida em 3,6%.

A SPE também atualizou os demais índices de preços. O INPC, usado para reajuste do salário mínimo e benefícios previdenciários, caiu de 4,9% para 4,7%. Já o IGP-DI, que mede preços no atacado e é mais sensível à variação cambial, recuou de 5,6% para 4,6%.

O relatório não incorpora os possíveis efeitos do recente aumento tarifário anunciado pelo governo de Donald Trump nos Estados Unidos. Como os dados foram fechados antes da medida, os técnicos da Fazenda indicam que o impacto, apesar de relevante para setores específicos, deve ser limitado no quadro geral. “A carta que comunicou a elevação da tarifa justifica a decisão por razões apenas políticas, gerando grande insegurança. O impacto da medida deve ser concentrado em alguns setores específicos, influenciando pouco a estimativa de crescimento em 2025”, informa o boletim.

Os dados atualizados alimentam os cálculos do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, que será divulgado no próximo dia 22. O documento é usado para avaliar a execução do Orçamento federal e decidir se haverá bloqueio de despesas não obrigatórias, conforme previsto nas regras do novo arcabouço fiscal.

*Com informações da Agência Brasil

 

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