Gás de cozinha sobe 4,1% a nível nacional e botijão atinge média de R$ 135 na Capital

Foto: Divulgação
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Cenário regional prejudica famílias baixa renda que não conseguem substituir produto na hora de cozinhar

Em setembro, o preço do gás de cozinha teve um aumento de 4,1%, alcançando uma média de R$ 106,80 pelo botijão de 13 quilos de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), conforme informações divulgadas pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Pesquisa de preço realizada pelo Jornal O Estado, com base em cinco estabelecimentos, mostrou que a média dos valores revendidos em Campo Grande é de R$ 115 podendo chegar a R$ 135.

Os funcionários dos estabelecimentos que preferiram não se identificar porque não tinham autorização para dar entrevista, afirmam que a principal procura dos clientes está justamente no gás mais caro, pois segundo os clientes o produto dura mais tempo e possui mais qualidade.

Em agosto a variação de 41,30% no preço do botijão de gás de cozinha de 13 quilos nos comércios da Capital. O menor preço encontrado foi de R$ 92 enquanto o maior preço também foi de R$ 130. Com base nas informações, a alteração nos preços do gás de cozinha na capital em comparação ao mesmo período do ano anterior, apresenta uma redução média de -0,83% entre janeiro de 2023 e junho de 2024.

Diante está variação no cenário regional, o economista Eugênio Pavão afirma que com o aumento do preço do gás, o público consumidor não consegue outra opção para substituir o produto, tendo assim que reajustar financeiramente para realizar a compra. “O gás, por ser um produto monopolizado, praticamente não existe substituto no mercado, pois fogão de lenha é raro e perigoso em nossa região, bem como outras opções (óleos combustíveis). tendo o consumidor de optar por reduzir o consumo de outros produtos”.

Com um aumento no preço do gás, Eugênio explica que os principais públicos afetados serão a população de baixa renda e quem trabalha com o ramo da alimentação.“Os setores que mais sentirão o impacto da variação do preço do gás são os comércios de varejo de alimentos, já para a população mais pobre, esse aumento vai representar um impacto considerável. Quanto maior for a família, menos tempo o gás durará”.

O advogado tributarista, Daniel Pasqualotto, afirma que a atual estrutura tributária no país é afetada com o imposto do ICMS sobre o produto. “O Gás de Cozinha incide o ICMS que é um imposto estadual e oscila em percentual em torno dos 16% sobre o valor total do produto; do PIS e da Cofins que são tributos federais e giram em torno 4,5% sobre o valor total do produto”.

Cenário nacional

Ainda de acordo com a pesquisa da ANP, a gasolina e o diesel apresentaram pequenas reduções nos preços, registrando quedas de 0,3% e 0,2%, respectivamente. O litro da gasolina comum passou a custar em média R$ 6,07 nos postos de combustíveis, enquanto o diesel S-10 ficou em R$ 6,01 por litro.

O Acre lidera a lista dos estados com o preço da gasolina mais elevado, custando R$ 7,13 por litro, enquanto o Maranhão apresenta a gasolina mais acessível, a R$ 5,88. Em relação ao diesel S-10, os habitantes do Acre também enfrentam os maiores preços, ao passo que no Distrito Federal está disponível o diesel mais em conta, a R$ 5,82 o litro.

A Petrobras, que é a principal operadora no setor de refino e responsável pela venda de combustíveis para as distribuidoras que abastecem os postos, realizou o último aumento no preço do gás de cozinha no começo de julho, elevando o valor em R$ 3,10 por botijão de 13 quilos. No mesmo dia, houve um reajuste de R$ 0,20 no preço da gasolina pela estatal. Por outro lado, o diesel não sofre reajustes há 277 dias. A última alteração realizada pela Petrobras para esse combustível aconteceu em dezembro de 2023, com uma redução de R$ 0,30 por litro.

Durante a última semana de setembro, os preços do gás de cozinha e do diesel se mantiveram inalterados, enquanto a gasolina apresentou uma leve queda de 0,3%, conforme informações da ANP. Devido à recente queda no preço do petróleo no mercado internacional, há grandes expectativas de que a Petrobras possa anunciar uma redução nos preços dos combustíveis.

Por João Buchara

 

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