Obra vai dar acesso de Porto Murtinho a Carmelo Peralta; há previsão de ser entregue em 2024
A construção da ponte que ligará Porto Murtinho a Carmelo Peralta (PY), considerado portal de entrada da Rota Bioceânica, segue a todo o vapor. Do lado paraguaio a obra está avançando rapidamente com aproximadamente 65% das estacas de concreto para estruturação da ponte já instaladas. A informação é do engenheiro residente Pedro Martínez, que atualizou a situação nessa quarta-feira (22).
O profissional ressalta que o avanço abrange desde a ombreira 1 até o píer 13 (passarela), sendo este o pilão da estrutura. “Basicamente está dividido em três partes, que é o acesso ao viaduto do lado paraguaio, a ponte suspensa que tem aproximadamente 650 metros e do lado brasileiro, outro viaduto”, explicou Martínez.
A construção está na etapa de estrutura, tendo avançado em 65% a parte do estacamento, no qual cada estaca possui um metro de diâmetro e 24 colunas com dois metros na cabeceira do lado paraguaio. A estrutura total soma mil metros lineares e consumirá 7.500 metros cúbicos de concreto.
Conforme explicação dos técnicos responsáveis, a fundação da ponte é feita a partir dessas estacas cilíndricas que são erguidas a uma profundidade de 33 a 43 metros, encravadas no maciço rochoso que recebe o nome de xisto.
Até o dia 20 de janeiro, o lado de Mato Grosso do Sul havia concluído 10% da obra. Por lá, estavam sendo feitos os preparativos para a execução das estacas, onde já se tem a central dosadora de concreto, juntamente com os armazéns de apoio.
Reflexo
Muitos setores já estão sendo beneficiados, como é o caso da construção civil que já vem gerando emprego e renda na cidade de Porto Murtinho, na construção do que será a porta de entrada da Rota. Isso além do crescimento exponencial que já vem ocorrendo no município pantaneiro.
O prefeito de Porto Murtinho explica que a parceria com o governo se mantém alinhada, tornando possível a mudança estrutural em Murtinho. “Estamos melhorando a cidade para poder receber esses novos empresários que chegarão atraídos pela viabilidade da ponte. Escolas, hospitais e moradias já contam com investimentos para reformas e melhorias. O aeroporto já foi revitalizado e agora serão construídas 147 moradias, tudo com recurso do Estado, que está ao nosso lado”, salienta Nelson Cintra.
Rota Bioceânica
A ponte tem investimento da Itaipu Binacional de 616.836.755.744 guaranis e contará com a extensão aproximada de 1.293 metros. Serão R$ 466,8 milhões. Há previsão de gerar cerca de 700 empregos durante o pico do período de construção. Todo o projeto está previsto para ser entregue em dezembro de 2024. A ponte ligará os municípios de Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul, a Carmelo Peralta, no Paraguai. Além de países como Argentina e Chile.
O novo percurso construído deverá proporcionar o encurtamento do trajeto de viagem das commodities de Mato Grosso do Sul em pelo menos 17 dias ao mercado asiático, maiores parceiros comerciais do Estado em exportação, que passará a ser feito diretamente dos portos do Chile, excluindo o envio por meio de portos como Paranaguá (PR) e Santos (SP).
A Ponte Bioceânica terá comprimento de 680 metros, duas pistas de rolagem de veículos de passeio e caminhões, com 12,5 metros de largura, e duas passagens nas laterais, com 2,5 metros cada uma, para o trânsito de pedestres e ciclistas.
Os trechos são divididos em três. Destes, dois serão os viadutos de acesso nas margens do Rio Paraguai e ainda a zona central, sendo esta a parte estaiada, que se sobrepõe ao rio, com medida de 625 metros de extensão. Ao se falar de Rota Bioceânica é importante lembrar que todo o trajeto conta com cerca de 1,9 mil km, indo até os portos do Chile.
No trajeto dentro do Brasil, uma parte passa pela BR-267, trecho que já está recebendo pavimento e entrará em processo licitatório sobre definição do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). “São 14 quilômetros que correspondem ao acesso que liga a BR-267 a portal de entrada da ponte”, detalha o prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra.
Por Evelyn Thamaris – Jornal O Estado do MS.
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