Documento terá propósito de médio e longo prazo definidos com apoio de inteligência artificial
A construção da Estratégia Brasil 2050, plano de desenvolvimento de longo prazo que visa orientar o crescimento sustentável do país nas próximas décadas, teve mais um passo decisivo nesta quarta-feira (18), com a realização do fórum participativo Diálogos para Construção da Estratégia Brasil 2050, em Campo Grande. O evento ocorreu na Câmara Municipal, reunindo representantes do Governo Federal, setor privado, sociedade civil, academia e lideranças estaduais e municipais.
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, destacou em coletiva de imprensa a importância do planejamento estratégico para o Brasil, apontando a Rota Bioceânica como exemplo de um projeto que poderia ter sido concluído duas décadas antes, caso houvesse um plano estruturado. “Planejar é gastar bem e realizar os sonhos da sociedade de forma mais rápida”, afirmou Tebet. Ela ressaltou que investidores estrangeiros, ao analisar projetos no Brasil, frequentemente questionam a existência de diretrizes de longo prazo.
O plano, que está sendo elaborado com a participação de diversos setores da sociedade, terá metas e indicadores definidos para os anos de 2030, 2035, 2040, 2045 e 2050. Entre os exemplos citados, a ministra mencionou a meta de redução do déficit habitacional, que atualmente é de cinco milhões de moradias, com o objetivo de chegar a um milhão até 2050. Segundo Tebet, o documento final será apresentado como carta de intenções do Estado brasileiro durante a COP30, prevista para o final deste ano.
A ministra também abordou a urgência na revisão dos gastos públicos e tributários. Segundo ela, o país precisa corrigir distorções orçamentárias para evitar um cenário de paralisação administrativa. “O Brasil gasta muito e gasta mal”, disse, ao defender um corte de pelo menos 5% nos benefícios tributários, o que representa cerca de R$ 40 bilhões ao ano.
Compromisso estadual com o futuro
O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, reforçou a importância da Estratégia 2050 como ferramenta para a formulação de políticas públicas com base em evidências e participação social. Ele afirmou que o plano proporciona uma visão de futuro e contribui para que o Estado avance em áreas prioritárias, como erradicação da pobreza extrema e crescimento sustentável.
Riedel também destacou o protagonismo de Mato Grosso do Sul em agendas globais como segurança alimentar e transição energética. “O Brasil alimenta um bilhão de pessoas e o nosso Estado tem papel relevante nesses temas”, declarou. Em relação à queda de arrecadação provocada pela redução do ICMS, o governador afirmou que a solução está na redução de despesas e no crescimento econômico, afastando a possibilidade de aumento de impostos.
Participação da Câmara e da sociedade
O presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Epaminondas Neto, o Papy, enfatizou o papel do Legislativo na aproximação entre o debate técnico e a população. Segundo ele, a Câmara tem o compromisso de utilizar o conteúdo da Estratégia 2050 como subsídio para o planejamento urbano da cidade. “Conseguimos popularizar essa discussão e garantir que as vozes da sociedade sejam ouvidas”, afirmou.
O fórum dessa quarta-feira faz parte de uma série de eventos promovidos pela Seplan/MPO (Secretaria Nacional de Planejamento), em parceria com as Secretarias Estaduais de Planejamento e o Conseplan (Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Planejamento). O objetivo é envolver diferentes setores na construção de um plano que reduza desigualdades sociais e regionais, enfrente as mudanças climáticas, prepare o país para a transição demográfica e promova o aumento da competitividade e da produtividade nacional.
Por Djeneffer Cordoba
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