Açúcar registra aumento de 0,49% em fevereiro nos supermercados
Mato Grosso do Sul é o quarto maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil. No entanto, esse título não impediu que os consumidores sentissem no bolso o impacto da alta no preço do principal adoçante da culinária nacional. Com a pior seca dos últimos 44 anos e milhares de focos de incêndio registrados no estado em 2024, os reflexos ainda são percebidos na hora de fazer compras.
Em fevereiro, o açúcar cristal ficou 0,49% mais caro em Campo Grande. Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o alimento acumulou uma alta de 4,82% nos últimos 12 meses.
“Ainda em período de entressafra, que geralmente ocorre entre dezembro e março, mas pode variar conforme as condições climáticas, o preço médio do pacote de 2 quilos foi de R$ 8,26”, explica a supervisora técnica Andreia Ferreira.
Outro produto essencial no dia a dia da população, o etanol produzido a partir da cana-de-açúcar também foi impactado pelas condições climáticas. De acordo com a Orplana (Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil), cerca de 263 mil hectares de lavouras foram atingidos por queimadas no interior paulista. Somadas às áreas afetadas em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, mais de 400 mil hectares sofreram danos, resultando em um prejuízo estimado em R$ 2,67 bilhões.
A multinacional financeira Goldman Sachs alerta que há risco de redução no volume de cana-de-açúcar processada para etanol nos próximos anos, devido à seca e às queimadas. A previsão é de que os preços do combustível subam 10% até o fim da safra 2024/2025, que se encerra agora em março.
Produção Nacional
A safra de cana-de-açúcar 2025/26 na região centro-sul do país deve ser ligeiramente inferior à atual, devido aos impactos da seca registrada no ano passado e aos incêndios que atingiram lavouras no interior paulista no segundo semestre. Será o segundo ano consecutivo com previsão de queda na moagem.
A estimativa, divulgada pela consultoria Datagro durante o evento de abertura da safra de cana, açúcar e etanol em Ribeirão Preto (SP), aponta que a produção deve alcançar 612 milhões de toneladas, uma redução de 1,4% em relação às 621 milhões de toneladas da safra 2024/25, que se encerra em 31 de março. O volume de moagem também será 6,48% menor que as 654,43 milhões de toneladas registradas na safra 2023/24.
Desempenho em Mato Grosso do Sul
A safra 2023/24 de cana-de-açúcar em Mato Grosso do Sul totalizou 51,79 milhões de toneladas colhidas, o que representa 7% da produção nacional. O estado ocupa a quarta posição no ranking dos maiores produtores, ficando atrás de Goiás (3º), Minas Gerais (2º) e São Paulo (1º).
O valor total da produção estadual atingiu R$ 6,37 bilhões, com um rendimento médio de R$ 9.644,95 por hectare.
A produtividade da cana-de-açúcar sul-mato-grossense foi de 78.384 kg por hectare, considerando os 660.722 hectares colhidos. O destaque regional ficou por conta do município de Nova Alvorada do Sul, que se consolidou como o maior produtor de cana-de-açúcar do estado.
Por Suzi Jarde
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