Economia brasileira deve crescer 1,8% em 2026 após avanço de 2,5% neste ano, aponta relatório

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Relatório da Confederação Nacional da Indústria aponta juros altos, crédito caro e mercado de trabalho fraco como freios da atividade econômica

A economia do país caminha para encerrar 2025 com alta de 2,5%, mas deve perder força no próximo ano, quando o crescimento projetado é de 1,8%. A avaliação consta do relatório “Economia Brasileira 2025-2026”, divulgado nesta quarta-feira (10) pela Confederação Nacional da Indústria. O estudo aponta que o atual patamar de juros, o encarecimento do crédito e a redução do ritmo do mercado de trabalho continuam a limitar a atividade.

A taxa básica de juros, hoje em 15% ao ano, deve recuar para 12% ao fim de 2026. Mesmo assim, os juros reais devem permanecer elevados, na casa de 7,9%, acima do nível considerado neutro — cenário que mantém o investimento pressionado. A inflação projetada para o ano que vem é de 4,1%, dentro do intervalo de tolerância em torno da meta.

O impacto é sentido principalmente na indústria. A produção de transformação deve avançar apenas 0,5% em 2026, o desempenho mais fraco entre os segmentos avaliados. O relatório atribui o resultado à combinação de demanda doméstica mais fraca, crédito restrito e maior entrada de produtos importados.

No lado oposto, os serviços devem puxar o crescimento do país, com previsão de alta de 1,9%. A construção também deve ter um ano mais favorável, com expansão estimada em 2,5%. O setor será impulsionado pelo novo modelo de crédito imobiliário, pelo aumento do teto do Sistema Financeiro da Habitação e pela ampliação das linhas voltadas ao Minha Casa, Minha Vida e à reforma de moradias de baixa renda.

A indústria extrativa tende a avançar 1,6% em 2026, acompanhando o elevado volume de petróleo e minério de ferro. Ainda assim, o ritmo ficará bem abaixo do registrado em 2025, quando a estimativa é de crescimento de 8%. Já a agropecuária deve ter desempenho praticamente estável no próximo ano, após forte expansão prevista para este ano, de 9,6%.

Nas exportações, a confederação destaca que a abertura de mercados e a assinatura de novos acordos ajudaram a reduzir o impacto das tarifas adotadas pelos Estados Unidos. Para 2026, porém, a projeção é de alta de 1,6%, influenciada por uma safra menor, pela menor demanda mundial por petróleo, pelas tarifas norte-americanas e pela fragilidade da economia argentina.

As vendas externas brasileiras devem alcançar US$ 350 bilhões em 2025, aumento de 3% sobre 2024. As importações, por outro lado, devem subir 7,1%, chegando a US$ 293,4 bilhões, favorecidas pela valorização do real, pela queda de preços internacionais e pelo redirecionamento do comércio global. Com isso, o saldo comercial previsto é de US$ 56,7 bilhões, retração de 14% na comparação anual.

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