Setor de serviços e consumo das famílias perdem força; juros altos e queda nos investimentos ajudam a frear o ritmo
A economia brasileira registrou crescimento de 0,1% no terceiro trimestre de 2025 em relação ao trimestre anterior, segundo o Monitor do PIB divulgado nesta terça-feira (18) pelo Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas). Na passagem de agosto para setembro, a atividade ficou estável, enquanto o acumulado em 12 meses mostra expansão de 2,5%.
Os dados, já dessazonalizados, indicam perda de ritmo nos principais componentes do Produto Interno Bruto. O consumo das famílias, que vinha crescendo acima de 3% ao ano desde 2021, subiu apenas 0,2% na comparação com o terceiro trimestre de 2024. A FGV aponta queda no consumo de bens duráveis e não duráveis e desaceleração no consumo de serviços.
Os investimentos também recuaram. A Formação Bruta de Capital Fixo caiu 0,4% na comparação interanual, influenciada pelo desempenho mais fraco do setor de máquinas e equipamentos. É a primeira retração desde o trimestre móvel encerrado em janeiro de 2023.
Segundo o Ibre, parte dessa desaceleração está relacionada ao ambiente de juros elevados. A taxa Selic permanece em 15% ao ano, o maior patamar desde 2006, após um ciclo de alta iniciado em setembro do ano passado para conter a inflação, que está há 13 meses acima do teto da meta.
As exportações tiveram desempenho oposto. Na comparação com o terceiro trimestre de 2024, cresceram 7%, maior taxa desde maio de 2024, com avanço em todos os agrupamentos de produtos. O setor de indústria extrativa respondeu por cerca de 44% da expansão. O relatório destaca que o crescimento ocorreu mesmo com o tarifaço imposto pelos Estados Unidos a parte das exportações brasileiras.
O Monitor do PIB estima o valor da economia brasileira acumulado até o terceiro trimestre em R$9,370 trilhões. Outro indicador de atividade, o IBC-Br do Banco Central, mostrou recuos de 0,2% de agosto para setembro e de 0,9% no trimestre, mas avanço de 3% no acumulado de 12 meses. O resultado oficial do PIB será divulgado pelo IBGE em 4 de dezembro.
*Com informações da Agência Brasil
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