Chuveiro elétrico é considerado vilão do inverno, deixando conta de luz R$ 128 mais cara 

Na potência máxima, a de energia
média do custo mensal
para uma família média
no MS é de 2,79 pessoa (Foto: Divulgação)
Na potência máxima, a de energia média do custo mensal para uma família média no MS é de 2,79 pessoa (Foto: Divulgação)

Especialistas explicam aumentos com o período de frio e o vilão da época 

Considerado o vilão do inverno, o chuveiro elétrico está entre os aparelhos que mais consomem energia, disputando o páreo com o ar condicionado e a geladeira. Com a temperatura mais baixa, a conta de luz pode aumentar até R$ 128 reais, o acréscimo é puxado pelo uso de aquecedores e outros aparelhos elétricos ou eletrônicos, conforme explicou o consultor da KVCon, Ricardo Vidinick. O cálculo considera um banho com demora de 15 minutos.
“Como a temperatura da água é mais fria, a quantidade de energia para aquecer é maior, por isso nos aquecedores usa-se a regulação para mais aquecimento. Na potência máxima, a média do custo mensal para uma família média no MS é de 2,79 pessoas (segundo IBGE Censo 2022), só com uso de chuveiro elétrico é de R$ 128,17”, projeta o especialista.

Gerenciar o consumo, foi o alerta da presidente do Concen (Conselho dos Consumidores da Área de Concessão da Energisa MS), Rosimeire Costa, para as famílias tentarem economizar no frio. Ainda segundo Costa, no período do verão é preciso dosar o uso do ar-condicionado, assim como no inverno é preciso ficar atento ao chuveiro elétrico.

“Então assim é preciso gerenciar o nosso consumo, ter muita racionalidade, tentar nos dias que não está tão frio, usar a posição verão, e deixar o inverno somente para aqueles dias em que amanheceu muito frio, ou quando chega da rua e toma aquele banho quente para a temperatura do corpo voltar ao normal. Indico tentar balancear esse gasto para não se surpreender com a fatura no final do mês”.

Outro velho e conhecido método para a hora do banho, é esquentar água no fogão ao invés do uso do chuveiro. No entanto, a prática aparentemente barata pode também custar caro para o bolso. Considerando que o P13 (botijão) custa em média R$ 106,00 em Mato Grosso do Sul e pode ficar até R$ 30 mais caro, após a Petrobras anunciar na segunda-feira (8) que o litro do gás de cozinha de 13kg vai subir R$ 3,10 para nas distribuidora, e para o consumidor esse aumento representa um acréscimo de R$ 34,70. Ou seja, o consumidor deve ficar atento às substituições para não gastar ainda mais. Conforme comparou a economista, Cristiane Mancini, se o gás de cozinha for usado com a finalidade de cozinhar e também para esquentar água para o banho, seu uso será maior que o normal e a família precisará comprar outro em um prazo menor que o habitual.

“A economia em relação ao uso de energia elétrica precisa acontecer independente da estação do ano se o intuito é reduzir o custo mensal. No entanto, vamos a algumas comparações. Se utilizarmos o gás de cozinha que custa 106 reais por mês, temos que considerar que para tomar banho e cozinhar será necessário mais que um botijão. Provavelmente serão necessários dois botijões por mês para suprir a energia necessária dos banhos, água quente nas torneiras (em alguns casos) e para cozinhar”, continua.

“Lembrando que ainda assim para algumas atividades como passar roupa, aspirador de pó, máquina de lavar ainda fará o uso da energia elétrica. E o terceiro elemento que é a utilização da água. Então ‘esquentar’ a água para tomar banho não proporciona tanta economia quanto se acredita (além do desperdício de água na hora do banho).O ideal nesse mês mais frio é fazer banhos mais curtos, desligar o chuveiro enquanto se ensaboa ou enxágua o cabelo e escolher horários específicos/alternativos (a tarde, últimos horários do dia) para ligar as máquinas”, orienta a profissional, para uma economia em dias de frio.
Julho caro

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) informou que a conta de luz terá acréscimo de R$ 1,88 a cada 100 kW/h consumidos no mês de julho. A cobrança adicional vai ocorrer por causa do acionamento da bandeira tarifária amarela. Segundo a agência, a previsão de chuva abaixo de média e a expectativa de aumento do consumo de energia justificam a tarifa extra. O alerta foi publicado em junho. A bandeira tarifária amarela não era acionada desde abril de 2022 e valerá aos consumidores de energia do SIN (Sistema Interligado Nacional), com custo adicional na conta de luz.

“A bandeira amarela foi acionada em razão da previsão de chuvas abaixo da média até o final do ano (em cerca de 50%) e pela expectativa de crescimento da carga e do consumo de energia no mesmo período”, disse a Aneel em comunicado.

MS, maior consumidor de energia

Levantamento da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) aponta que Mato Grosso do Sul foi o estado brasileiro que registrou o maior consumo de energia elétrica no mês de maio deste ano, com o percentual que chegou a 13,3%. Em Mato Grosso do Sul, o consumo ficou em 785 megawatt e a geração em 686 mw.

Conforme a CCEE, quase todos os estados apresentaram alta no consumo de eletricidade no mês citado. Neste período, comumente, o País registra avanço de frentes frias, mas a situação inversa, de ondas de calor e menos chuva, elevou o consumo de eletricidade em todas as regiões. “Além de MS, destacaram-se também Paraná (10,7%), São Paulo (10,3%) e Amazonas (8,9%). Rondônia e Rio Grande do Sul tiveram queda no consumo em -2,6%. A situação no estado gaúcho é impactada diretamente pelas enchentes e a crise climática no começo de maio”, detalhou.

De acordo ainda com os dados, o ramo que mais “tomou” energia foi o de madeira, papel e celulose (101,7%); em seguida extração de minerais metálicos (53,8%); e químicos (44%). Setor de alimentos demandou 16,4% de energia; bebidas, 14,5%; e comércio, 10,5%.

 

Por Suzi Jarde

 

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