Cesta básica de Campo Grande tem novo aumento e continua entre as cinco mais caras do país

batata
Foto: Reprodução

Conjunto de alimentos custa R$ 730,19

O valor da cesta básica em Campo Grande aumentou 0,84% no mês de junho, passando a custar R$ 730,19. Com isso, fica entre as cinco mais caras entre as capitais brasileiras. Os dados são da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos feita pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

O conjunto de alimentos representa 59,80% do salário- -mínimo líquido que, com os descontos, fica em R$ 1.221. No ranking dos cinco mais caros, além de Campo Grande, está São Paulo, com R$ 783,05; em seguida está Porto Alegre (R$ 773,56); Florianópolis (R$ 771,54) e Rio de Janeiro (R$ 741).

Um dos motivos que ajudam a entender essa movimentação de alta são as importações de produtos, tanto do campo quanto industrializados. Segundo a economista e supervisora técnica do escritório regional do Dieese MS, Adriana Ferreira, há redução em alguns produtos, mas quando ocorrem variações no campo – neste caso, a batata, o tomate, a banana e a carne, o preço da cesta sobe.

“A baixa disponibilidade da batata fez com que o preço subisse muito e o impacto foi grande. Tomate e banana também registraram alta nos preços e, juntamente com carne bovina, são os itens que apresentam maior peso no conjunto dos treze alimentos”, pontua.

Ainda de acordo com a profissional, o aumento das chuvas nas regiões produtoras ocasiona a diminuição da disponibilidade do tomate, por exemplo. Já no caso da batata, a alta se dá em decorrência do fim da safra das águas.

“Nas regiões produtoras do tubérculo este início de período de seca deu uma atrapalhada. No caso da banana, reduziu a oferta de banana-prata – e o preço subiu. A banana-nanica ficou mais estável, com tendência de baixa, porque a demanda diminuiu – época de festas junina e julina, e período de safra de outras frutas, como poncã”, argumenta.

Produtos

A batata teve a variação mais expressiva, com aumento de 36,89%. O preço médio é de R$ 6,16 o quilo. O tomate aumentou 5,34% e a banana, 2,76%. Em 12 meses, o fruto e a fruta acumulam alta de 41,78% e 15,99%. A carne bovina (0,34%) e o pãozinho francês (0,19%) também aumentaram.

Em relação à queda, os alimentos que mantiveram retração nos preços foram o feijão carioquinha, com 18,20%; o óleo de soja, 8,28%; a farinha de trigo, 1,23%; o arroz, 0,85%; a manteiga, com queda de 0,59%; o café, 1,96% e leite, 1,31%.

Mudanças previstas 

Atualmente, pelo menos 13 itens compõem a cesta básica. São eles: carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, tomate, pão francês, café em pó, banana, açúcar, óleo e manteiga.

Com as mudanças propostas pela reforma tributária, é previsto um novo formato, que visa à redução de impostos e alteração dos produtos que a compõem.

A ideia, que já foi apresentada ao atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, objetiva criar uma lista de produtos que teriam alíquotas reduzidas. Segundo o relator da proposta, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), embora a cesta básica seja zerada no PIS e Cofins, cada Estado tem uma composição diferente e cada produto sofre variações de alíquotas diferentes de ICMS.

Em lista elaborada pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados), está em análise uma relação com 34 itens, que incluem produtos que não são padronizados em todas as cestas básicas definidas pelos Estados do país.

O relatório prevê tratamento diferenciado para produtos da cesta básica, com corte de pelo menos 50% na alíquota padrão a ser instituída após a aprovação da reforma. Contudo, segundo estimativas da Abras, isso não será suficiente para segurar o aumento de preços.

Por Julisandy Ferreira – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.

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