Pesquisa mostra que 45% têm contas atrasadas há mais de 90 dias
O cartão de crédito continua sendo o maior vilão de endividamento, acometendo 64,9% das famílias de Campo Grande. É o que revela a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), conduzida pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) no mês de outubro deste ano. Em seguida estão os carnês (20,1%) e os financiamentos de carro e casa (10% cada). Ao todo, a Capital tem 199.716 famílias endividadas.
Além disso, 45% das famílias possuem contas atrasadas há mais de 90 dias. Outros 24,9% estão com compromissos pendentes entre 30 e 90 dias; 16,5% até 30 dias. A média de atraso identificada é de pelo menos 67 dias. As dívidas estão comprometidas por mais de um ano para 38,5 % das famílias.
O índice de famílias com contas parceladas, como cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimo pessoal, prestações de carro e seguros, ficou em 62,4%, sendo que, entre elas, 30% indicavam contas em atraso e 13,1% que não tinham condições de pagar.
A economista do Instituto de Pesquisa Fecomércio-MS, Regiane Dedé de Oliveira, destaca que a situação é preocupante. “É um indicativo de alerta, embora índices de endividamento e inadimplência de outubro de 2021 fossem ainda maiores, chegando a 64,3% das famílias com contas parceladas; das quais 32,6% com contas em atraso. As que informavam que não poderiam pagar seguem no mesmo patamar”, observa.
A profissional destaca que, mesmo que a economia tenha apresentado sinais de melhora, os orçamentos das famílias seguem comprimidos, especialmente as de menor renda, uma vez que entre as que recebem até dez salários-mínimos, 17% indicam estar muito endividadas contra 9,2% acima dessa faixa de rendimento.
Outro ponto medido pela pesquisa é o nível de endividamento com contas, como cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimo pessoal, prestações de carro e seguros em Campo Grande, em que 37,5% dizem não possuir esse tipo de dívida, ao passo que, 27,8% se consideram pouco endividados, e 18,9% estão mais ou menos. O percentual total de pessoas com contas por pagar é de 62,4%, destaca o levantamento.
Entre as famílias pesquisadas, 48,1% afirmam que pelo menos um integrante que reside na casa possui algum encargo pendente.
Por Evelyn Thamaris – Jornal O Estado de MS.
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