Carne bovina brasileira chegará em maior quantidade à mesa dos canadenses

Foto: Agência Enquadrar/Folhapress
Foto: Agência Enquadrar/Folhapress

[Texto: Suzi Jarde, Jornal O Estado de MS]

Seis estados passarão a exportar para o país, saiba por que MS não entrou na lista

A exportação da carne bovina brasileira ganhou passe livre, neste mês, para chegar em maior quantidade à mesa dos canadenses. Isso porque a CFIA (Agência Canadense de Inspeção Alimentar), após uma análise criteriosa, autorizou o MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária) do Brasil, a ampliar as exportações para o Canadá.

A autorização permite, de agora em diante, que os estados como Acre, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia, Amazonas e Mato Grosso, possam exportar carne bovina maturada, desossada e sem linfonodos para o país norte-americano. O presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Guilherme Bumlai, explicou o motivo pelo qual Mato Grosso do Sul ficou de fora dessa lista.

“As regiões de onde o Canadá vai importar carne bovina são reconhecidas pela OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal) como zonas livres de febre aftosa sem necessidade de vacinação. O Mato Grosso do Sul ainda não foi declarado como tal pela OMSA. Estamos em transição”, pontuou otimista, Bumlai.

A previsão é que os cortes bovinos sul mato-grossenses, possam ser exportados para o Canadá, em 2025 segundo estima o presidente da Acrissul. Santa Catarina, que já estava habilitada para exportação, continua a ser uma região elegível, assim como os estados que mantêm a vacinação contra a febre aftosa. A partir de agora, será necessário atualizar os certificados de exportação para assegurar a conformidade com os requisitos estabelecidos.

“A decisão da CFIA representa um marco importante para o setor agropecuário brasileiro e reforça a importância do comprometimento contínuo dos nossos pecuaristas com os padrões sanitários. A qualidade reconhecida da carne bovina brasileira, aliada ao cumprimento das exigências internacionais de saúde animal, consolida ainda mais a posição do Brasil como um player de destaque no mercado global de exportação de carne”, comemora a parceria o secretário.

Mercado egípcio na mira

Na última quinta-feira (15), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, esteve em reunião com o presidente do Egito, Abdel Fattah Al-Sisi. Na ocasião, o presidente brasileiro assinou atos bilaterais que fortalecem as relações comerciais entre os países, reforçando que o mercado egípcio está na mira para as exportações de produtos da pecuária brasileira.

As relações comerciais entre o Brasil e o Egito ganharam novos contornos no último ano, com a abertura do mercado egípcio para diversos produtos brasileiros, como peixes e derivados, carne de aves, algodão, bananas e gelatina e colágeno. A expectativa agora é de que o governo egípcio aprove em breve novos abatedouros e frigoríficos no Brasil para exportação de carne bovina e a abertura de uma rota aérea entre os dois países, ligando São Paulo ao Cairo.

Parceria Brasil x Canadá

Em 2023, o Brasil exportou carne bovina no valor de mais de 10,541 bilhões de dólares, correspondendo a 2,28 milhões de toneladas. O Canadá importou US$ 39 milhões em carne bovina brasileira (8.192.380 kg), registrando um aumento de 84% em comparação com 2022.

Para o economista do Sindicato Rural, Staney Barbosa, essa nova fronteira comercial é um marco importante e positivo para a bovinocultura do Brasil, além de trazer um incentivo aos criadores de gado.

“É por meio das exportações de carnes e grãos que o país encontra espaço para garantir a entrada de moeda estrangeira em nossa economia, o que melhora o nosso câmbio e torna mais acessíveis as importações de outros bens essenciais para a nossa população e os demais setores de nossa economia. A conquista de novos mercados é a forma mais assertiva de gerar riqueza e incentivar que os produtores rurais sigam produzindo, sabendo que haverá mercado para seus produtos”.

A expectativa, agora, de acordo com o economista é que outros estados e principalmente Mato Grosso do Sul possa atender aos critérios da agência canadense, autorizando o consumo da carne brasileira em seu território.

“Essa autorização representa também um reconhecimento importante da qualidade de nossas commodities. O próximo passo é estreitar cada vez mais essa relação e incluir outros estados exportadores, como Mato Grosso do Sul, que obteve no ano passado o status de zona livre de febre aftosa sem vacinação, além de deter sozinho 9,23% do total das exportações de carne bovina do país”, recorda o especialista, ao frisar as exportações bovinas do estado.

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