Caixa de bombons e barra de chocolate roubam protagonismo dos ovos de Páscoa

Foto: Roberta Martins
Foto: Roberta Martins

“Movimento está fraco”, comparam comerciantes com as vendas de 2024

 

Há poucos dias das comemorações de Páscoa, uma nova tendência surge para a data: a preferência por caixas de bombons e barras de chocolate, em vez dos tradicionais ovos de Páscoa. A justificativa está principalmente no alto custo do produto, considerado até mesmo símbolo da data. Na tarde de ontem (11), a reportagem do O Estado visitou alguns comércios para saber como estão as movimentações.

O gerente de supermercado Emerson Rodrigues comentou que, neste ano, o estoque de ovos de Páscoa está inferior em comparação ao ano passado. Isso porque ele percebeu uma diferença no comportamento do consumidor. “O movimento está fraco. No ano passado, algumas semanas antes da Páscoa, a procura por ovos já estava bem aquecida. Neste ano, peguei bem menos ovos do fornecedor e estamos apostando mais na venda de caixas de bombom e barras. Coloquei até esses produtos em destaque na loja”, explicou sobre a estratégia de venda.

Ainda segundo o gerente, a expectativa é que o movimento aumente em torno de 50% na sexta-feira e no sábado, pois muitos clientes deixam para comprar de última hora ou acreditam que os preços vão diminuir. “Por hora, o ritmo de compra está bem baixo. E o pessoal tem essa cultura de achar que os preços vão baixar. Talvez até baixem ou a gente faça alguma promoção, mas somente depois da data, com o que restar no estoque. Por isso, também vai depender do estoque”, reforçou sobre uma possível queda nos preços.

A atendente de uma loja da Cacau Show, no bairro Pioneiros, explicou que por lá alguns produtos tiveram bastante demanda e que alguns ovos já estão em falta. “Os mais queridinhos são os infantis. Algumas linhas já até acabaram no estoque. Os demais já não estão tendo tanta saída. Esperamos que vendam mesmo na próxima semana.”

Na casa da servidora pública, Eliete Duarte a preferência ainda é pelos ovos de Páscoa. Mas neste ano, ela adiantou que já pesquisou e deve comprar os da promoções, leve 3 e pague 2. Eliete também conta que todo ano costuma comprar caixas de bombons para doação, por ser em grande quantidade opta por esse tipo de produto, que geralmente, saem mais em conta.

“Hoje em dias a qualidade dos chocolates caíram muito, mas não o preço né. Eu compro sempre em um lugar específico, pois acho que os ovos são mais acessíveis e de qualidade ao mesmo tempo. E já andei pesquisando, neste ano os preços subiram um pouco, mas não vi tanta diferença, e lá todo ano eles fazem promoções, por exemplo: compre um o ovo e leve um menor, ou compre 3 e pague 2. Então assim ajuda um pouco a economizar”, disse a consumidora.

“Querer não é poder”

A maior parte dos brasileiros — 52% — tem intenção de comprar ovos de Páscoa este ano. Os gastos médios com chocolates, em geral, devem ficar em R$ 59,00. Em média, cada consumidor deseja comprar três produtos. Os dados são da pesquisa “A paixão do brasileiro pelo chocolate”, feita pela Nexus. Um dado curioso do estudo é que quatro em cada dez brasileiros (43%) nunca compraram sequer um ovo de Páscoa.

Paralelamente, 37% disseram adquirir sempre o produto, e outros 19%, às vezes.

O preço alto foi o principal motivo apontado por 36% dos entrevistados para não comprar ovos ou outros tipos de chocolate. O valor do produto foi o dado mais relevante entre os mais jovens (43% na faixa etária de 18 a 24 anos). A pesquisa mostrou, ainda, que o hábito de consumir ovos de chocolate todos os anos é mais comum entre moradores da região Sudeste (40%), com renda familiar acima de cinco salários mínimos (49%) e filhos menores de 18 anos (50%).

O levantamento revela também que 18% daqueles 52% que desejam comprar ovos de Páscoa neste ano já foram ao comércio. Os que ainda pretendem fazer compras até o domingo de Páscoa (20 de abril) somam 34%.

Uma curiosidade do estudo é que 21% das pessoas com renda familiar de até um salário mínimo já compraram seus produtos. Já 45% daqueles com maior renda (acima de cinco salários mínimos) ainda não adquiriram ovos nem chocolates para a Páscoa.

 

 

Por Suzi Jarde

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