Bolsa sobe e dólar perde força com recuperação nos EUA

Valter Campanato/ Agência Brasil
Valter Campanato/ Agência Brasil

O dólar fechou esta sexta-feira (15) em queda contra o real, acompanhando arrefecimento da moeda norte-americana no exterior depois de um salto recente, embora preocupações econômicas continuassem no radar após dados fracos da China e perspectiva de possível alta de juros mais agressiva nos Estados Unidos.

O dólar comercial à vista caiu 0,49%, a R$ 5,4050 na venda. No mercado doméstico de ações, o índice Ibovespa subiu 0,44%, aos 96.551 pontos.

No exterior, a alta da Bolsa de Nova York apontou redução do pessimismo ao final de uma semana de turbulências. O indicador parâmetro para as ações negociadas em Wall Street, o S&P 500, avançou 1,92%.

No setor de commodities, o petróleo voltava a ser negociado acima dos cem dólares. No final da tarde, o barril do Brent subia 2,08%, a US$ 101,16 (R$ 546,34).

Nesta quinta-feira (14), um dia após a inflação nos Estados Unidos ter renovado a maior alta em quatro décadas, os mercados apostaram que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) promoverá uma alta de juros ainda mais agressiva do que a esperada.

O aperto ao crédito tem o objetivo de frear a alta de preços na principal economia do planeta, mas o efeito colateral poderá ser uma recessão mundial. É uma percepção que provoca desvalorização generalizada das ações de empresas e depreciação das matérias-primas.

Durante o dia, o petróleo atingiu seu menor valor desde a eclosão da Guerra da Ucrânia. O barril de Brent chegou a ficar abaixo dos US$ 95 (R$ 518). Houve recuperação no final da tarde, e a commodity fechou perto da estabilidade (queda de 0,47%), cotada a US$ 99,10 (R$ 543).

O contexto de maior aperto monetário dos EUA e temor de uma recessão global é adverso para mercados emergentes, com grande dependência de commodities, como o brasileiro.

A Bolsa de Valores brasileira caiu nesta quinta à sua pontuação mínima em 20 meses. Com perda de 1,80% no dia, o índice de referência Ibovespa mergulhou aos 96.212 pontos, seu menor patamar desde 3 de novembro de 2020.

Nos Estados Unidos, a largada da temporada de balanços ajudou o mercado de ações de Nova York a sair das mínimas registradas ao longo do dia. Ainda assim, o indicador de referência S&P 500 registrou baixa de 0,30%. O Dow Jones, que acompanha companhias de grande valor, perdeu 0,46%.

Na contramão, o setor de tecnologia representado pelo índice Nasdaq apresentou ligeira alta de 0,03%.

Além de observarem o exterior, investidores do mercado brasileiro também pesaram a aprovação da PEC (proposta de emenda à Constituição) que amplia benefícios sociais em ano eleitoral.

Ao ampliar gastos diante de um cenário de inflação mundial e risco de recessão, a medida poderá criar obstáculos à execução do Orçamento em 2023, considerando um cenário de perda de arrecadação.

Um indicador que reflete a desconfiança no Brasil é o chamado risco-país, medido pelo CDS, o Credit Default Swap, um tipo de contrato que protege investidores contra calotes.

Os contratos de CDS para cinco anos renovaram nova máxima nesta quinta e atingiram os 329 pontos. É a maior alta desde maio de 2020, quando a percepção de risco disparou devido ao início da pandemia.

Com informações da Folhapress

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