Relatório da ABRASCE mostra que alimentação e serviços crescem nos shoppings
Os shoppings centers, como conhecemos atualmente, têm suas origens nos EUA, no período pós-Segunda Guerra Mundial, com o desenvolvimento de centros comerciais reunidos em um único local. O que percebemos hoje é que o cenário desses estabelecimentos tem mudado no Brasil, para acompanhar as tendências e os novos padrões de consumo.
Em um relatório de 2024, divulgado pela ABRASCE (Associação Brasileira de Shoppings Center), sobre o setor de shopping centers no Brasil, são 648 lojas no país divididas entre os 26 estados brasileiros, que movimentaram um total de R$ 198,4 bilhões no último ano.
Perfil dos Consumidores
Em parceria com a ADIBRA (Associação das Empresas de Parques de Diversão do Brasil) e com a ABRASCE, foi feito um levantamento sobre tendências e oportunidades do setor. Segundo o levantamento sobre o comportamento dos frequentadores de shoppings centers, o lazer é a segunda maior motivação para as visitas aos shoppings, ficando atrás apenas de alimentação. Houve um aumento nas operações de lazer, que foram de 1,4% em 2018 para 2,2% em 2023, com cerca de 128 milhões de visitantes movimentando esses centros no país.
Segundo o relatório, houve mudanças nos hábitos dos consumidores nos shoppings, que refletiu na mudança entre as categorias que lideravam o setor anteriormente. Com mais de 4,4 mil diferentes marcas, a categoria Alimentação lidera o ranking, representando aproximadamente 18% do total de marcas. Na sequência, aparecem os segmentos de Serviços e Conveniência com 3.825 mil marcas (15,4%) e Vestuário com 3.819 marcas (15,3%).
Nos dados que foram levantados, cerca de 24% escolhem o shopping pela localização, 22% escolhem pela variedade de lojas no local e 65% dos frequentadores vão com veículo próprio, o que gera gasto não apenas com consumo mas também em investimentos nos setores de estacionamentos.
Motivos de escolha
Com os shoppings buscando cada vez mais inovações para atrair frequentadores, opções não faltam para se fazer uma visita. Para a acadêmica Roberta Dorneles, que frequentemente faz uso desses espaços, o número de opções tem aumentado e por isso tem optado mais pelos shoppings. “Eu tenho notado que os shoppings estão diversificando mais suas lojas. Por exemplo, há mais espaços de academias, até uma igreja eu já vi, e muitos serviços de beleza eu tenho visto. Isso chama minha atenção porque deixa o shopping um lugar mais completo, não só para comprar, mas para cuidar de si mesmo”, afirma Roberta.
Ainda para a acadêmica, o que mais atrai ela nesses espaços são fatores como segurança e praticidade. “O que mais me atrai é a comodidade de poder resolver várias coisas em um único lugar, ambiente seguro e climatizado. Para mim a conveniência de encontrar tudo em um lugar só, principalmente o conforto, facilidade de estacionamento e o horário estendido”, completa.
Movimento para as franquias
Segundo informações da Fecomércio MS, o mercado de franquias em Campo Grande tem apresentado crescimento consistente, consolidando-se como um dos pilares da economia local. Em 2023, o setor foi responsável por 46% do faturamento do franchising em Mato Grosso do Sul, movimentando R$ 1,4 bilhão – valor 1% superior ao registrado em 2022 e 37% acima do total de 2021. O número de operações franqueadas também cresceu, chegando a 1.258 unidades, o que representa um aumento de 4% em relação a 2022 e 14% se comparado a 2021. No mesmo ritmo, o setor gerou 10.861 empregos diretos, crescimento de 1% em relação ao ano anterior e 18% na comparação com 2021.
O desempenho positivo mostra o potencial de franquias na Capital sul-mato-grossense, mesmo diante de um cenário econômico nacional desafiador. Como estímulo adicional, a Prefeitura de Campo Grande aprovou uma lei que reduz a alíquota do ISS de 5% para 2% para empresas franqueadoras.
Em entrevista concedida ao jornal O Estado, a sócia-proprietária de unidades do Chiquinho Sorvetes em Campo Grande, localizadas no Pátio Central Shopping, Márcia Akiyoshi, explica que a escolha de investir em uma franquia foi uma decisão estratégica.
“Optamos pela marca devido ao seu reconhecimento em todo o país e à qualidade excepcional dos produtos. Isso nos deu uma vantagem competitiva desde o primeiro mês, alcançando um volume de vendas que garantiu a rentabilidade desde o início. Além disso, a franqueadora oferece total apoio, desde o treinamento até o fornecimento de produtos padronizados e campanhas de marketing eficazes. Com esse suporte, conseguimos focar no que realmente importa: oferecer o melhor atendimento possível aos clientes e aumentar as vendas”, afirmou.
Para Márcia, não são apenas esses fatores que influenciam no bom desempenho do empreendimento, mas também um equipe de qualidade. “E claro, nada disso seria dado tão certo sem a nossa equipe, que faz toda a diferença. São eles que garantem que o cliente tenha uma boa experiência e que tudo funcione bem”, finaliza.
Por Gustavo Nascimento
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