Produtores trocam conhecimento e vendem produtos na UFMS

Rafael Belo

Comendo o alimento que planta e vendendo a produção. Quem nunca sonhou em viver daquilo que produz? Muito agricultores de Campo Grande e região estão toda terça-feira no corredor central da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) fazendo exatamente isso. Eles têm o público cativo e planejam expandir a produção para mudar o histórico de consumo de 4% da Capital de produtos orgânicos, de acordo com levantamento da incubadora Tecnológica de Cooperativas Da Federal.

Há oito anos, o Projeto Semente mudou a vida de Regiane de Oliveira Moura e de Eva da Silva Andrade. Para Regiane ocupar um espaço expondo sua produção e ainda aprender é impagável. “A feirinha da UFMS ajuda muito nós pequenos agricultores a divulgar os nossos produtos e ajuda também a divulgar os produtos agroecológicos e orgânicos da nossa região. Também temos a divulgação dos artesanatos. Além disso, ajuda no nosso orçamento”, analisa e complementa: “é muito boa essa experiência, muito gratificante. Não só porque nos ajuda no nosso orçamento, mas porque com a feirinha ganhamos muitos conhecimentos”.

Já Eva é grata pelo trabalho da coordenadora da incubadora Tecnológica de Cooperativas da UFMS, Miriam Couva Aveiro. “Para o agricultor a incubadora da UFMS é tudo de bom. Devo tudo a ela e a professora Miriam. Ela é nossa mãe, nossa amiga, nossa tudo. Ela corre atrás das coisas, nos avisa dos nossos projetos, vai em um canto, vai em outro, se sabe que tem alguma coisa para agricultura ela corre atrás. Ela é uma benção para todos nós”, revelou. Eva ainda agradece professores e funcionários que “compram tudo que a gente produz”.

Projeto Semente

O Projeto Semente foi criado em 2009 com recursos da Finep ( Financiadora de Estudos e Projetos) com financiadora de estudos e pesquisas foi organizado um grupo multidisciplinar dentro da UFMS para que desenvolvesse ações voltadas para agricultura, agricultores familiares em cooperativas e associações. “No princípio o nosso trabalho foi um projeto piloto em Naviraí. Chegando no campo recebemos uma cobrança dos produtores que desenvolviam orgânicos. Eles questionaram de qual maneira a UFMS poderia ajudar na comercialização dos produtos deles, uma vez que eles tinham dificuldade de abrir este diálogo de comércio. Foi então que foi pensado junto da pró-reitoria de extensão o Projeto Semente”, contou Míriam.

Em 2011 foi apresentada a proposta de inserir o Projeto Semente no campus da UFMS pedindo a legalização de um espaço de comercialização para que os produtores pudessem expor a produção deles. Com parceria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e a Associação de Produtores Orgânicos de Mato grosso do Sul teve início o trabalho no corredor central da Federal em frente ao setor bancário.

“No princípio foram 20 agricultores que estavam cadastrados na associação dos produtores de orgânicos. Eles escolheram todas as terças-feiras das 07h às 13h para vender seus produtos. Hoje completamos oito anos no espaço onde atualmente atuamos com 32 produtores”, contou Miriam que depois explicou como funciona para participar. “Eles são cadastrados no início do ano e passam por um processo seletivo. Este ano começamos com um edital de chamada por meio da pró-reitoria de extensão. Assim, os produtores têm a oportunidade de apresentar sua produção e sua arte sob o monitoramento e avaliação da incubadora de cooperativas”.

O Projeto Semente conta com parceiros como Sicredi Federal e Cooperativa dos Servidores. Eles estudam uma proposta para o atendimento do Restaurante Universitário (RU) da UFMS. O principal diferencial do projeto é a integração, compartilhamento de conhecimento e a devolutiva dos pesquisadores para apresentação de produto, rotulagem e melhoramento de receita. No local é possível encontrar hortifrutis de Jaraguari, Terenos, Aquidauana e Furnas de Dionísio. Lá há também produtos derivados como rapadura e farinha de mandioca. Os produtores das Chácara das Mansões e da Chácara dos Poderes também comercializam no lugar. Tudo que é vendido na Feirinha Agroecológica é de base sustentável.

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