[Texto: Inez Nazira, Jornal O Estado de MS]
Com o retorno das atividades presenciais nas escolas, após o período de isolamento por conta da pandemia Covid-19, a Semed (Secretaria Municipal de Educação) notou uma dificuldade dos alunos da Reme (Rede Municipal de Ensino) no aprendizado. Com isso, a prefeitura criou o projeto “Aprender Mais na Reme”, que visa por meio de reforços elevar os indicadores educacionais.
O projeto que já atendia os alunos nos períodos iniciais (4° e 5° anos), agora inclui também os últimos (7° e 8° anos) auxiliando a recomposição das aprendizagens relacionadas à alfabetização, leitura, interpretação, produção de textos e letramento matemático, ainda não consolidadas pelos alunos.
“Com projeto com foco na alfabetização e letramento, ou seja, a recomposição da aprendizagem dos alunos matriculados nos 4º e 5º anos. Viemos de um período pós-pandemia, que esses alunos na fase crucial da alfabetização, eles estavam com atividades não presenciais e esses alunos chegaram nos 4º e 5º anos com uma defasagem na alfabetização e letramento”, explicou a Ana Ribas, chefe da Divisão
do Ensino Fundamental e Médio.
Este é o segundo ano do projeto nas escolas municipais. O objetivo veio através de um simulado e avaliação diagnóstica que identificou essa necessidade, para reforçar o aprendizado de alguns alunos nas matérias de Língua Portuguesa e Matemática.
“Com a implementação do simulado Reme, nós identificamos também uma lacuna na aprendizagem dos alunos dos anos finais, que hoje estão nos 7° e 8° anos em Língua portuguesa e matemática. Esse ano, em 2024, a novidade é fazer a recomposição nessas matérias desses alunos que estão também matriculados nos anos finais”, destaca Ana Ribas.
Para atender a demanda deste ano, novos professores serão contratados. Serão cerca de R$ 8 milhões para o investimento desse projeto na Reme. “Aproximadamente R$ 8 milhões de reais no investimento até a data de setembro, outubro, que o projeto acontece. Então, de fato, a nossa maior preocupação é seguir a lisura do processo seletivo. Esse professor já tem que ter o vínculo dele ativo, ele trabalhará nessa extensão dessa carga horária. Então, é um investimento que vai movimentar a carreira do magistério de uma forma bem ampla”, conta o secretário de educação, Lucas Bitencourt.
Em 2023, mais de cinco mil crianças foram atendidas e conseguiram desenvolver o aprendizado, assim oportunizando a eles a continuidade aos estudos. Para 2024, previsão é atender cerca de 10 mil anos, o dobro do ano anterior. A Yasmin dos Anjos, aluna do 5º ano na E.M Governador Harry Amorim Costa, foi uma das contempladas com o projeto, sua mãe, Fabiana dos Anjos, revela que a filha tinha dificuldade em quase todas as matérias e com as aulas ela conseguiu evoluir em algumas questões, como a leitura.
“Quando ela entrou na escola, ela tinha um pouco de dificuldade, conversei com os professores para saber os motivos desse atraso. Notei que com a pandemia a dificuldade dela ia aumentando cada dia mais. Ela tinha dificuldade em quase todas matérias. Então, ela entrou o projeto da Semed, com a professora Michelly, o que ajudou ela a progredir no seu aprendizado”.
Pioneiro no país
Com os resultados positivos, o projeto que começou em Campo Grande, está se espalhando por todo o país. “No Brasil, ele é pioneiro. Outras cidades já entraram em contato conosco, outras capitais também, pedindo um protótipo do projeto, porque de fato eu tenho que atender a todas as etapas de ensino, educação infantil, ensino fundamental, aos iniciais e finais e a EJA, no nosso caso, também temos um projeto específico com adaptação da matriz curricular”, destaca o secretário.
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