Política Nacional de Bioinsumos pode garantir soberania alimentar do país

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O diretor de Pesquisa e Inovação da Embrapa, Clenio Pillon, destacou em entrevista a importância dos bioinsumos para a soberania alimentar do País. Ele participou da abertura do evento junto com o ministro do MDA. Para ele, a construção da política de bioinsumos constitui um grande campo de investimento na ciência. “Desde a década de 1970, temos um dos produtos de base biológica que se tornou referência mundial: a Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN). Economizamos, por ano, no Brasil, cerca de 15 bilhões de dólares só com essa tecnologia que tem como base o uso de microrganismos que retiram nitrogênio da atmosfera e, a partir de espécies com potencial de associação com a planta, conseguem produzir o seu próprio nitrogênio, aproveitando o que existe de nitrogênio gasoso na atmosfera. Isso é fruto de investimento em ciência”, disse.

Na sua análise, segurança alimentar está relacionada diretamente com soberania e o Brasil ainda depende de importação de fertilizantes para a cultura de alimentos. “Importamos em torno de 84% de nitrogênio, fósforo e potássio utilizados em nossos campos de produção. Portanto, investir nessa agenda de produção de bioinsumos é uma estratégia portadora de futuro. Segurança alimentar não é só consumo, mas acesso à genética e cultivares para a agricultura familiar”, declarou.

Ele enfatizou a democratização da genética e a produção de bioinsumos como vertentes fundamentais para a agricultura familiar. Também destacou como um dos pilares importantes para a política de bioinsumos, a produção de insumos em biofábricas, de forma cooperativa e associativa, em pólos estratégicos, com políticas que estimulem essa produção de base associativa. Outra estratégia é a produção de bioinsumos na modalidade on farm, na base produtiva do produtor, sustentada em protocolos, assistência técnica, e licença agronômica para a produção. Para o diretor, os projetos de lei em discussão na Câmara dos Deputados e no Senado Federal são fundamentais como base regulatória fundamental para a construção da política nacional de bioinsumos.

Ele apontou a necessidade de o País ter soberania sobre o conhecimento. “Um país que não investe na ciência, nos seus estudos, nas universidades, nos institutos de pesquisa não consegue ter soberania sobre a produção de conhecimentos, base para a oferta da produção de alimentos saudáveis e sustentáveis. Estamos felizes com essa retomada dos investimentos públicos pelo governo federal”.

Por fim, ressaltou a importância da produção da própria energia nas propriedades rurais, a partir de sistemas de produção integrados, aproveitando melhor os resíduos como fontes de matérias-primas para a geração de energia e o uso de co-produtos para a produção de insumos e bioinsumos. “Estamos falando de uma nova agenda e a pauta dos bioinsumos é fundamental. A agricultura de base biológica será a nova revolução da agricultura”.

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