Pantanal não consegue paz e incêndios voltam ao bioma

Chuvas chegaram a derrubar focos para número recorde, mas raios fizeram fogo reaparecer

A paz no Pantanal sul-mato-grossense não durou nem 15 dias. Após um rápido período sem incêndios devido às fortes chuvas, o número de chamas ativas voltou a subir na região da Serra do Amolar, em Corumbá.

Segundo Adriano Kirchner, chefe de uma equipe de brigadistas do Prevfogo, que está atuando na região, os incêndios voltaram a aparecer no sábado (31), após um raio chegar atingir uma área de vegetação seca.

Os próprios brigadistas conseguiram gravar imagens de labaredas que atravessaram o Rio Paraguai e chegaram mais uma vez na reserva Acurizal, na Serra do Amolar. Mesmo com as chuvas nos dias finais de outubro resfriando o solo, Kirchner aponta que a dificuldade da região é com o fogo subterrâneo na área de turfa. “O pessoal está escavando para localizar os focos”, disse.

De acordo com os dados do Ciman (Centro Integrado de Multiagências de Coordenação Operacional Nacional), um dia antes da volta dos incêndios, na sexta-feira (30), foi o menor índice de queimadas registradas no Pantanal no ano, apenas cinco.

De lá, até aqui, contudo, o crescimento dos focos foi assustador: passou de 93 incêndios no dia 31 para 290 ontem (3), número registrado até a conclusão desta reportagem, com 154 focos no domingo (1º) e 185 na segunda-feira (2).

“Esse novo incêndio que surgiu na região, exige um monitoramento constante do vento para que este não leve as chamas para as áreas que não foram atingidas pelo fogo”, disse Kirchner.

A preocupação não é para menos. Segundo a meteorologia, os ventos no Pantanal estão atingindo uma força de até 15 quilômetros por hora.

A situação das queimadas no Pantanal volta após as chamas consumirem mais de 4 milhões de hectares do bioma desde julho. O combate aos incêndios correu risco de ficar prejudicado após o Ibama ordenar a desmobilização dos 135 brigadistas do Prevfogo que estão na região por questões financeiras. Outros ministros da gestão Jair Bolsonaro (sem partido), contudo, garantiram as verbas para manutenção das equipes. Mas apenas 34 combatentes de incêndio continuam. O restante da luta contra o fogo é feito pelos Bombeiros e outras brigadas voluntárias.

A luta no Amolar, contudo, é uma questão de tempo. Isso porque o tempo ensolarado e seco perdura até o próximo sábado (7) apenas. Entre os dias 8 e 17, a expectativa segundo o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos é de fortes chuvas em todo o Pantanal, o que deverá encerrar por um longo período os focos de incêndios. Acesse outras notícias.

(Texto: Rafael Ribeiro)

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