Instituto alugou uma chácara para continuar com os cachorros que agora serão doados
Com informações dos repórter Mariely Barros com Marcos Maluf
Alvos de uma operação da Polícia Civil na quarta-feira (7), as responsáveis pela ONG (Organização Não-Governamental) Instituto Guarda Animal, alegam que as denúncias de maus-tratos contra animais, realizada pela vizinhança, são infundadas e inverdades.
De acordo com o delegado da DECAT (Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e Atendimento ao Turista) Maércio Alves, foram feitas diversas denúncias por conta de mal cheiro e há 60 dias a casa era observada pelos policiais na região do bairro Nova Bahia.
Vitória Junqueira, advogada de defesa no instituto, deu a versão da ONG sobre o que foi classificado como maus-tratos “Ao nosso ver é inverídico, não são maus-tratos. São locais onde fezes acumulavam e que era limpo há cada 2 horas.”
“Além disso, outro ponto foi uma piscina que era da estrutura do imóvel. Porém, as donas drenaram a piscina justamente para oferecer segurança aos animais. O local que aparece nas imagens divulgadas era um local precário, mas limpo. E acima de tudo, oferecendo estrutura, cuidado e amor para esses cachorros”, esclarece a advogada.
“Por isso nossa indignação é tão grande. Acreditamos que essa insatisfação dos vizinhos gerou toda essa exposição veiculada na mídia de forma depreciativa, que vai impactar negativamente a ONG”, completa Vitória.
No local estavam 36 cachorros e 15 gatos, que foram recolhidos e levados para uma chácara, que é alugada pelas mulheres e onde já vivem outros 70 cães.
Nathalia Sousa, responsável pela ONG ficou abalada. “Sempre recebíamos visita da DECAT, só que eles viam que não havia maus-tratos e que os animais estavam bem. Que era por denúncia de vizinhos mesmo, que às vezes aumentavam a história, falava que tinha animal doente, tudo para tirar a gente daquele endereço.”
“Desta vez ficamos assustadas, recebemos a Vigilância Sanitária sem nenhum problema. Só que a forma que abordaram a gente, como se cometêssemos um crime, não foi bom para nós, que salvamos os animais dessa cidade sem apoio algum. Foi extremamente humilhante, horrível”, desabafa. Confira a reportagem:
Pelo Instagram, a ONG recebeu apoio nos comentário de quem acompanha a página e também de quem se solidarizou com o trabalho das mulheres. “Para quem não nos conhece somos em três pessoas aqui, desde 2016, abrigamos os animais na nossa casa e moramos com eles. A casa é grande, pela foto da pra ver, uma casa simples, nunca conseguimos ajuda para manutenção dela, mas sempre abrigou muito bem eles.”
“Acordamos cedo para dar conta de limpar tudo e nunca deixamos os animais em situação insalubre. Quem acompanha aqui a mais tempo sabe do nosso sufoco para pagar nossas contas de água, que passa de R$ 2 mil”, diz o post.
“Ficamos o dia todo em função deles, até 22h cuidando e medicando os que precisam. A piscina que temos, durante um tempo deixamos fechada por falta de dinheiro para manutenção, mas nunca deixamos eles tomarem essa água, como muitos disseram”.
“Alugamos uma bomba d’água e nós mesmas fazendo trabalho braçal. Não temos família que nos ajudam. Ninguém nesse momento se coloca no nosso lugar, somente julgar sem saber. Corremos atrás de declarações públicas, mas até hoje não recebemos nem um real. A caridade não é fácil. Sempre ouvimos: “Quem tem a coragem de fazer o bem, tem que ter a sabedoria de suportar a ingratidão.”
“Somos transparentes em tudo que fazemos, e isso não é novidade por aqui. É exaustivo tudo isso que estamos passando e vamos parar. Os animais estão na chácara e estão bem, recebendo amor, carinho e cuidado que sempre tiveram.”
O @[email protected], foi o e-mail fixado na publicação para quem queira adotar algum animal da antiga ONG. Acesse também: Produtos da ceia de Natal sobem quase 10% no Brasil