A ponte ligará Porto Murtinho ao Paraguai, além de Argentina e Chile
As obras federais para a construção da Rota Bioceânica vão custar R$ 900 milhões, conforme divulgado
pelo DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) com base nos estudos de EVTEA (Viabilidade técnica, econômica e ambiental).
Somente para readequar a BR-267, que inclui também a implantação de um trecho de 71 quilômetros de asfalto partindo do município de Nova Alvorada e desviando de Rio Brilhante, estão previstos R$ 728 milhões.
O acesso a Porto Murtinho já está em fase mais adiantada, inclusive com recursos da ordem de R$ 180 milhõesgarantidos no Orçamento da União. Serão implantados 14 quilômetros de asfalto desde a BR-267 até a ponte sobre o Rio Paraguai, na altura de Carmelo Peralta.
Além disso, também está prevista a construção de sete pontes de concreto e dois trevos, sendo um no início do acesso, na BR-267, e outro aproximadamente após cinco quilômetros, de onde deve partir uma nova rodovia para acessar a cidade de Porto Murtinho.
Será implantado também na margem dessa rodovia o porto seco de Porto Murtinho, um complexo alfandegário que abrigará as aduanas do Brasil e do Paraguai para dar agilidade ao desembaraço das cargas que trafegarão pela Rota Bioceânica. Os investimentos necessários para implantar esse complexo alfandegário não estão inclusos no orçamento apresentado pelo DNIT.
Reunião
Na última quarta-feira (19), foram apresentados para os governadores, das nove províncias que formam
o Norte Grande da Argentina, os detalhes sobre o desenvolvimento econômico e social que se abre com a
implantação da Rota Bioceânica. O secretário da Semagro (Secretária de Meio Ambiente, Desenvolvimento
Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Jaime Verruck, está entusiasmado com as possibilidades de
desenvolvimento que a Rota oferece e já se articula para apoiar sua concretização.
“Essa reunião foi importante porque, pela primeira vez, reunimos governadores da região Norte Grande da
Argentina, por onde a Rota irá passar. Já tivemos várias tratativas com governadores das províncias do Chile e do Paraguai, mas com os argentinos foi a primeira vez”, disse Verruck.
Os governantes do Norte Grande argentino tinham pouco conhecimento sobre o projeto, inclusive sobre as oportunidades que se ampliam para o comércio local. E o Brasil já tem os estudos muito mais aprofundados de todos, mostrando todos os impactos previstos.
A região Norte Grande da Argentina é o trecho por onde a Rota irá passar, a qual é composta pelas províncias de Tucumán, Salta, Santiago del Estero, Jujuy, Catamarca, La Rioja, Misiones, Chaco, Corrientes e Formosa, e abrange uma área de 850 mil quilômetros quadrados onde residem 9 milhões de pessoas, ou seja, 20% da população argentina.
De acordo com o estudo, é uma região que é grande produtora de vinhos e atualmente precisa direcionar a Buenos Aires toda sua produção para depois acessar outros mercados como o brasileiro. Com a Rota Bioceânica, esse caminho será encurtado consideravelmente, o que se traduz em redução no preço final da mercadoria.
Por Marina Romualdo – Jornal O Estado do MS
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