Diante do maior fluxo de passageiros, caminhões e turistas fiscalização também será reforçada
O Delegado de Polícia Federal, Carlos Henrique Cotta D´Angelo tomou posse ontem (11), como novo Superintendente Regional da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul. Com a aproximação da concretização de um grande projeto como a Rota Bioceânica, ele contou que a tecnologia deve ser uma grande aliada no controle e combate a crimes na região de fronteira.
Questionado se o crime poderá se utilizar da nova rota de integração para o transporte de ilícitos e a prática de crimes, o novo superintendente regional confirma que certamente será um projeto muito explorado pelos criminosos.
“É praticamente intuitivo essa ideia de que o crime certamente se apropriará, se já não está fazendo, na que será uma das rotas mais significativas no comércio internacional no planeta. Então todos os olhos estão voltados para essa questão, toda a preocupação do estado brasileiro porque, como sempre ocorreu historicamente, aonde se faz comércio de qualidade, aonde se faz comércio lícito, também há espaço para o ilícito. Então imaginar que por aqui trataremos mercadorias que unirão praticamente o Ocidente ao Oriente, certamente isso será muito explorado pelo criminoso em geral e pelo criminoso devotado ao tráfico de drogas, tráfico de armas, contrabando, descaminho, etc, de maneira especial”, pontua.
Consciente do maior número de possíveis novos crimes, o Delegado de Polícia Federal, Carlos Henrique Cotta D´Angelo reforça que bem como os investimentos na nova rota, também estão previstos investimentos em segurança e em tecnologia. Por meio desta última, ele cita que será possível até minimizar os impactos do efetivo reduzido de agentes.
“Nós temos uma expectativa de investimentos fortes, como foi dito, na área de tecnologia. É impossível ao homem cobrir toda essa área de fronteira fazendo com olhos humanos. Nós temos que ter investimento em tecnologia, com câmeras, drones, satélites, tudo que há de melhor e esteja disponível para que possamos, junto, mais uma vez, com a integração, junto com as outras forças, com as forças armadas, as outras polícias, ter um olhar mais próximo do que ocorre em nossas fronteiras. Então, não adianta insistir no que já foi feito e ficar na velha máxima de que não há recursos humanos. Temos que substituir isso por tecnologia”, destaca.
Ainda durante a cerimônia de posse, o diretor-geral do órgão, delegado Andrei Augusto Passos Rodrigues comenta que diante da necessidade de serem criadas novas bases de controle e aduanas em Porto Murtinho as equipes estão prontas para atuarem onde seja necessário.
“A polícia está sempre acompanhando o momento e as circunstâncias de todas as alterações que há em cenários. E essa é uma alteração muito provável que aconteça e a partir disso a gente capacita o nosso efetivo, organiza a nossa estrutura e faz o atendimento na medida das nossas capacidades. Eu não poderia hoje determinar que sim ou não, mas eu tenho certeza que onde há área de competência e atribuição da Polícia Federal, nós estaremos atuando”, ressalta.
Ele também confirmou que as unidades da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul trabalham com um número reduzido de agentes, e que um dos caminhos que devem continuar sendo trilhados diante de um projeto de tamanha magnitude, como a Rota será a integração entre as forças de segurança de todos os países envolvidos e para isso, já foi criada a diretoria de cooperação internacional.
“Nós trabalhamos com efetivo reduzido, é importante que se diga, mas muito dedicado e com conhecimento da região. Então, procuramos sempre a integração com os países vizinhos, inclusive com forças integradas, com operação bipartite, tripartite, que temos em várias regiões, e também com o apoio das forças de segurança do Mato Grosso do Sul. E com isso ampliamos a nossa capacidade operacional e fazemos essa integração e atividade de polícia administrativa, de migração e também de polícia judiciária e de segurança no controle das nossas fronteiras”, explica.
Por Michelly Perez e Inez Nazira
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