Maior demanda por transporte de cargas encarece até 10% do frete

A maior seca do Rio Paraguai em quase 50 anos provocou algumas mudanças de hábitos e, até mesmo, na forma como as cargas são transportadas na região. Segundo o Sindicato dos Caminhoneiros de Mato Grosso do Sul o reflexo da alta demanda elevou em até 10% os preços pagos pelo frete. Além disso o setor vivencia a necessidade de contratar pelo menos 400 motoristas para dar conta do serviço.

Nem mesmo as chuvas dos últimos dias foram capazes de minimizar os impactos provocados pela severa estiagem e com isso, o transporte segue pelas rodovias. Dados divulgados pela sala de situação do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) indicavam que, na sexta-feria (9), o Rio Paraguai atingiu -18 cm em Ladário, -86 cm em Porto Esperança e 115 cm em Porto Murtinho.

Para Roberto Sinai, presidente do Sindican (Sindicato dos Caminhoneiros do Mato Grosso do Sul), embora o transporte rodoviário e o aquaviário sejam diferentes, o período da entressafra propiciou que a alta demanda pelo transporte incrementasse em 10% nos valores finais, o que mesmo não sendo um valor tão significativo, proporcionou aos caminhoneiros vivenciarem o melhor momento do setor.

“Com o aumento da procura por transporte os caminhoneiros que atuam no serviço de transportes estão vivendo o seu melhor momento. Realmente o fluxo de transportes que vinha sendo feito por água, com a baixa do rio Paraguai, que já tem um calado baixo de 3,5 metros e agora com a paralisação total, o transporte tanto em Corumbá, quanto em Porto Murtinho e demais regiões do leito do Rio”, comemorou.

Mesmo assim destaca que mesmo vivendo uma oferta crescente de caminhões nos últimos meses, o período é de oportunidades para aqueles que querem uma colocação no mercado de trabalho, uma vez, que o setor contabiliza um deficit de 400 trabalhadores qualificados.

“Não só Mato Grosso do Sul tem um deficit de trabalhadores mas também o brasil, principalmente após pandemia, já que temos muitos caminhoneiros que estão no grupo de risco para COVID-19 pois são diabéticos, possuem idade avançada e com outras comorbidades, o que provocou um desfalque ainda maior no setor.

Não vale ser motorista é preciso ser qualificado,então hoje temos um deficit de mais de 10 mil motoristas no país e de 400 no Estado”, pontuou.

(Texto: Michelly Perez)

 

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