Indígena é morto durante confronto com policiais; governo de MS leverá situação ao STF

Foto: Reprodução
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De acordo com informações a região vivencia tensões desde a última quinta-feira (12), quando dois indígenas também foram mortos por policiais que tentavam impedir que eles invadissem e ocupassem uma propriedade privada

 

Na manhã de hoje (18), um indígena identificado, segundo divulgado pelo Cimi (Conselho Indigenista Missionário), como Neri Guarani Kaiowá, morreu baleado em confronto com policiais militares no Território Nhanderu Marangatu, em Antônio João, na fronteira com o Paraguai.

De acordo com informações a região vivencia tensões desde a última quinta-feira (12), quando dois indígenas também foram mortos por policiais que tentavam impedir que eles invadissem e ocupassem uma propriedade privada.

A Aty Guasu (Grande Assembleia Guarani-Kaiowá) publicou um vídeo nas redes sociais mostrando o conflito e destacou na legenda que “a tropa de choque estava desde as 5h da manhã destruindo barracas e matando os indígenas”.  A instituição sem fins lucrativos ainda pediu a ajuda da Policia Federal para controlar a situação.

A Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) também publicou uma nota falando sobre o caso e destacou que a Procuradoria Federal Especializada já foi acionada para que as medidas legais cabíveis sejam providenciadas.

Governo do Estado

O governador Eduardo Riedel realizou uma reunião nesta quarta – feira (18) com integrantes da Segurança Pública do Mato Grosso do Sul para esclarecimentos sobre morte do indígena. O chefe do Executivo Estadual também convocou a imprensa e neste ato cita transparência.

“No compromisso de transparência absoluta com a sociedade como um todo, a gente pediu que vocês viessem aqui, porque eu vim para poder me informar a respeito da situação”, garantiu Riedel.

O secretário estadual de Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, esclareceu que os policiais militares que estão no local, cerca de 100 militares,  cumprem ordem judicial (da Justiça Federal) para manter a ordem e segurança na propriedade rural (Fazenda Barra), assim como permitir o ir e vir das pessoas entre a rodovia e a sede da fazenda. O conflito na região se arrasta há anos, no entanto a situação se acirrou nos últimos dias.

Além da disputa por terra, também foi apurado pela inteligência policial que há interesses de facções criminosas relacionadas ao tráfico de drogas, já que há diversas plantações de maconha próximas a fazenda, do lado paraguaio, pois a região está na fronteira entre os dois países.

“Nós estamos ali na região de Fronteira, com um rio pequeno, facilmente transponível.Do lado, no Paraguai, tem diversas plantações de maconha. Então, há um interesse de facções criminosas que exploram o tráfico de drogas nesta região. A disputa não é apenas por terra, mas porque essa propriedade está estrategicamente posicionada para escoar a grande produção [de maconha] para toda essa região. Tem como destino grandes centros através de aldeias. De aldeia em aldeia até chegar próximo de Campo Grande, Dourados, e aí ter acesso aos maiores centros consumidores”, explica Videira.

As equipes de perícia já estão no local da morte para devida identificação e apuração dos fatos. Foram apreendidas armas de fogo com o grupo de indígenas que tentava invadir a propriedade e todo este material será coletado para formação de um relatório que será entregue em Brasília.  A reunião para tratar sobre esse conflito deve acontecer com o ministro do STF Gilmar Mendes, na tarde desta quinta-feira (19), com possibilidade de participação do  ministro da Casa Civil, Rui Costa, e do ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Ricardo Lewandowski.

Confira aqui o pack com áudio e vídeo da coletiva na integra

 

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