Fim das pomadas para cabelo geram prejuízo e dúvidas nas barbearias

Foto: Marcos Maluf/O Estado Online
Foto: Marcos Maluf/O Estado Online

Há um mês, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu a venda de todas as pomadas para modelar e trançar cabelos no país. A novidade pegou de surpresa para empresários e barbeiros de Campo Grande que já haviam investido no produto que virou febre nos últimos tempos, como mostra a reportagem.

De acordo com a Anvisa, a proibição é resultado de uma avaliação de risco devido ao aumento do número de casos de efeitos indesejáveis graves associados ao uso desse tipo de produto.

O barbeiro Roger Reggiani, 29, relata que a Barbearia Campo Grande, onde trabalha, ficou com mais de R$ 2 mil em estoques guardados e que a decisão da Anvisa gerou diversas dúvidas. “Em fevereiro tiramos de circulação na hora.”

“Esperávamos vender bastante pomadas em 2023 e investimos no produto no final do ano passado, mas parece que perdendo bastante quantidade, mesmo trabalhando com pomadas que possuem o selo da Anvisa. Sempre tivemos cuidados com o tipo de produto que usamos, sempre usamos a melhor qualidade possível.”

Foto: Marcos Maluf/O Estado Online

Sobre a reação dos clientes, Roger diz que alguns entenderam sobre a situação, enquanto outros comentam que, quando não se tem monitoramento, terá produto em outros lugares. “Cresceu muito o consumo de pomadas e a Anvisa não consegue cuidar de todos. ”

“Estamos aguardando o próximo um novo pronunciamento da Anvisa. O clima é de dúvida ainda, não sabemos como proceder. Mas parece que teremos prejuízo total”, comenta.

No caso da Barbearia Ranucci, o proprietário Luciano Ranucci ficou com o estoque parado pequeno, de aproximadamente R$ 300. Segundo ele, a pomada não é muito procurada mais. “Tem algumas pessoas que perguntam sobre, não são muito. Antes da proibição, pois era nós [barbeiros] quem oferecia antigamente.”

Sobre ter entrado em contato da distribuidora, Luciano diz que não houve. Porém, a fábrica dos produtos que trabalhava antigamente ainda oferece outros produtos que servem para fixação que a Anvisa não proibiu.

“Acho que foi uma decisão precipitada, deveriam retirar apenas os produtos que deram problemas. Até porque o produto que tenho aqui, desde 2018, eu uso e nunca tive problema”, avalia.

Foto: Marcos Maluf/O Estado Online

Já o Gerente de Compras da Mix Cosméticos, Matheus Varela, 20, conta que ao receber o comunicado, retirou dos pontos de venda os produtos restringidos “O estoque é grande, mas já houve contato com o fornecedor para recolhimento do produto. O que nos tranquiliza é que os produtos possuem validade extensa”, explica.

“Como ainda não saiu um comunicado definitivo, estamos esperando se a Anvisa libera algumas marcas, se vai regular outras. Mas enquanto isso, manteremos o estoque guardado”, conclui Matheus.

Efeitos colaterais

Entre os eventos relatados pelos usuários estão perda temporária da visão, forte ardência nos olhos, lacrimejamento intenso, coceira, vermelhidão, inchaço ocular e dor de cabeça.

Segundo as informações disponíveis, os eventos ocorreram, principalmente, com pessoas que tomaram banhos de mar, piscina, ou mesmo de chuva após terem feito uso dos produtos. Acesse também: Inflação da Capital vai a 0,54% em fevereiro influenciada pela educação

Confira as redes sociais do O Estado Online no Facebook Instagram

Com informações do repórter João Gabriel Vilalba com Marcos Maluf

Queda na cesta básica não reflete nas compras do dia a dia, para consumidores

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *