cONectado: confira a resenha diária de Bosco Martins

Foto: Acervo pessoal
Foto: Acervo pessoal

Democracia

O 1º Encontro dos Povos Indígenas realizado na semana que passou pelo Governo do Estado no Bioparque, com lideranças indígenas do Pantanal e Conesul, trouxe um momento inesperado. O reencontro do governador, Eduardo Riedel (PSDB) e dois de seus adversários nas eleições 2022. Estavam presentes no evento, Adonis Marcos de Souza e o indígena Magno de Souza e o governador solicitou que Adonis e Magno fossem até a frente, reconhecendo a presença de ambos e destacou a participação deles na disputa para o cargo de governador e a presença no evento. “Eles colocaram seus nomes para disputar uma eleição. Não discutimos quem tem razão ou não, eles discutiam uma posição, que era meu caso. O interesse que eles representam, como eu. Democracia é isso, acaba a eleição e eu estou aqui do lado do Magno com o maior respeito pelo que ele representou, como o Adonis também. Na Democracia, passada a disputa do voto, temos que nos unir em torno do resultado para as pessoas”, disse o governador.

Democracia I

Magno, da etnia guarani-kaiowá, é liderança indígena de uma área de retomada em Dourados. Na participação dele na reunião de trabalho com o governador, pontuou sobre a situação do local e das 48 famílias da área onde vive, e também agradeceu pela articulação. “Acho que de alguma forma eu influenciei este olhar do governador para com os indígenas. Nos debates eu falei muitas coisas que muita gente sabia e não fazia nada e muitos não sabiam. É a primeira vez que encontro o governador depois da eleição. Eu tenho esperança nele, na mudança”.
Adonis, que trabalha como conciliador, se mostrou surpreso ao encontrar Riedel. “Eu não sabia que o governador iria estar na reunião. Eu vim a convite do Magno, mantemos contato até hoje. O Riedel é uma pessoa democrática, inclusive votei nele no segundo turno. Ele está disposto a ouvir, o que a maioria das pessoas não faz. Ele é uma pessoa do diálogo e de grandeza de espírito”.

Novo Contar?

…Enquanto isso, as ocupações da Frente Nacional de Luta no Campo e Cidade continua causando. Principalmente na Assembleia, onde o deputado João Henrique (PL) busca marcar território bolsonarista, aberto com a derrota do Capitão Contar, atacando governo e movimento. Colega de parlamento, que prefere não se identificar garante que o neto do ex- governador Marcelo Miranda, sonha em ser “o novo Capitão”, mas corre o risco de se isolar em seu radicalismo. Em sua breve análise, “tanto a extrema direita que ele busca representar, como a extrema esquerda, que lidera esses movimentos, são irmãs siamesas! Não trazem propostas para negociações e na verdade acabam atrapalhando tanto o governo Federal, como Estadual em busca de soluções e distensão desses movimentos”, asseverou o experiente parlamentar.

Rota

Proposta pelo deputado Zeca do PT foi criada Frente Parlamentar para o Acompanhar a implantação da Rota Bioceânica. Além de Zeca, que será coordenador deste grupo de trabalho, a proposição contou com a adesão de outros 21 deputados e será composta pelas deputadas Lia Nogueira e Mara Caseiro, e pelos deputados Amarildo Cruz, Antonio Vaz, Coronel David, Gerson Claro, Jamilson Name, João Henrique, João Mattogrosso, Junior Mochi, Lidio Lopes, Londres Machado, Lucas de Lima, Marcio Fernandes, Paulo Corrêa, Pedro Kemp, Pedrossian Neto, Professor Rinaldo, Rafael Tavares, Renato Câmara e Roberto Hashioka.

Rota I

Para Zeca do PT, o grande mérito da Rota Bioceânica é do governo de Michel Temer: “O grande mérito da Bioceânica, para a gente ser honesto e justo, foi o governo Temer, foi o ex-ministro Marun, que bateram o martelo e conseguiram os recursos da Itaipu Binacional, em uma negociação com o governo paraguaio, para acelerar a construção da ponte, que é fundamental”. Continuou o deputado lembrando que o início era um sonho dele e de seus irmãos, destacando ainda que: “Eu acho que o grande mérito depois disso foi o governo do Reinaldo Azambuja, que botou técnicos, que acompanhou e que garantiu a Rota Bioceânica. O que o Lula tem feito, e a gente tem que ser justo também, foi uma reivindicação do governador Eduardo Riedel, que garantiu R$ 100 milhões via bancada. O deputado, Vander Loubet teve um papel importante, e a bancada federal, para se fazer a alça, que sai da BR-267 e vai até a cabeceira da ponte para atravessar o rio Paraguai”, concluiu.

Sinuca de bico

A reoneração de impostos sobre os combustíveis pode criar um novo embate entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ala política do governo Lula. A volta da cobrança de impostos sobre a gasolina e etanol está prevista para o começo de março, conforme a medida provisória (MP) editada pelo governo no início de janeiro. O ministro Haddad defende a reoneração. Mas a ideia encontra resistência entre ministros políticos e a cúpula do PT, preocupados com o impacto da medida impopular, principalmente sobre a classe média. Haddad já foi vencido uma vez, ainda na transição, quando as duas partes discutiram a continuidade da isenção de impostos, que expirou em 31 de dezembro. Haddad era contrário à continuidade da medida, mas foi vencido pela ala comandada pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann. A desoneração de impostos federais sobre combustíveis foi aprovada no governo de Jair Bolsonaro (PL), no ano passado, em meio à alta nos preços e ao cenário eleitoral e colocou o atual governo numa verdadeira “sinuca de bico.”

Bombando

…E a arrecadação do governo federal está bombando, atingindo R$ 251,75 bilhões em janeiro de 2023. É o melhor resultado para o mês da série histórica da Receita, iniciada em 1995. A alta real, descontada da inflação, foi de 1,14% na comparação com o mesmo período de 2022. De acordo com a Receita, o aumento pode ser explicado pelo crescimento dos recolhimentos de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) e pelo comportamento das desonerações vigentes.

Por Bosco Martins – Colunista

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