Ainda em recuperação dos efeitos da variante Ômicron, as atividades terciárias devem apresentar preços pressionados pelo reajuste de tarifas, segundo análise da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).
A estimativa da entidade é que, com a maior permanência dos juros mais altos, o volume de receitas do setor de serviços apresente queda de 0,9% neste ano, enquanto o de turismo deve registrar aumento de 1,6%.
A projeção leva em consideração os dados da PMS (Pesquisa Mensal de Serviços) de janeiro de 2022, divulgada nesta semana pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que apontou recuo no volume de vendas do setor de serviços, na comparação com dezembro de 2021.
Já em relação ao mesmo mês do ano anterior, o segmento registrou crescimento de 9,5%, a 11ª expansão mensal consecutiva.
Dos cinco grupos de atividades avaliados, três apontaram quedas mensais, destacando-se negativamente os serviços de informação e comunicação (-4,7%) e os prestados às famílias (-1,4%).
O setor de serviços, no entanto, é o único a apresentar um nível de atividade econômica acima do verificado às vésperas da crise sanitária, com um volume de geração real de receitas 7% superior ao registrado em fevereiro de 2020.
Sobre a retração, o presidente da CNC, José Roberto Tadros, lembra que o mês de janeiro foi marcado pela retomada do isolamento social, em consequência do avanço da variante Ômicron.
“A circulação de pessoas havia apresentado clara tendência de avanço desde a segunda onda da pandemia, mas o cenário se modificou de 2021 para 2022, prejudicando o nível de atividades do setor e interrompendo a sequência de dois meses de avanço no volume de receitas”.