Hugleice da Silva, 38, e o enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes, 51, passam por júri popular nesta quinta-feira (15), apontados como responsáveis de provocarem aborto e ocultarem o cadáver da jovem Marielly Barbosa Rodrigues, em crime ocorrido em 2011, em Sidrolândia. Estão previstas 17 testemunhas, 3 de defesa e 14 de acusação.
A primeira a falar no júri foi a investigadora Maria Campos. “Hugleice começou a me acompanhar muito durante as buscas por ela e isso começou a me chamar a atenção. Ele liderava a família em todos os movimentos. Ele sempre estava no comando porque a mãe e a irmã de Grazielly estavam fragilizadas.”
A partir de então, a investigadora começou a estudar a razão de Marielly esconder a gravidez e realizar o aborto. Foi quando ela começou a ouvir os colegas da faculdade da vítima, onde lembraram que Marielly citava sobre um relacionamento complicado.
“Hugleice começou a me elogiar muito e se aproximar de mim, foi quando percebi que ele estava tentando ganhar a minha confiança. Ao legista, quando acharam o corpo, Hugleice disse na hora do reconhecimento do cadáver de Marielly: “Acho que não é, acho que não é” e foi embora”, conta Maria.
Segundo a investigadora, Hugleice se mudou para Alto Taquari assim que encontraram o corpo. “Hugleice era como uma figura de pai, depois que o pai e mãe de Marielly se separam.”
“A mãe acreditava muito nele, mas na minha concepção, ao mesmo tempo não. visto que o tempo todo da investigação ela falava na frente de Hugleice “doa a quem doer, quero saber o que aconteceu com minha filha”, completa.
Depoimento da irmã
A próxima testemunha ouvida foi a irmã de Marielly, Maiara Bianca Barbosa rodrigues. Por vídeo conferência, ela lembra que Hugleice tentou falar que o cadáver encontrado, não era Marielly.”
“Eu não consegui entender o que está acontecendo, mas quando ele foi apontado como suspeito, ele dizia para nós que estavam tentando incriminá-lo. Ele sempre negou que era envolvido. Inclusive, depois que ele estava em reclusão”, revela.
“Além disso, ele mentiu que estava sendo ameaçado para assumir tudo isso. Disse que minha irmã estava se envolvendo com o sobrinho do ex-patrão dela.” Hugleice chorou no tribunal.
Questionada sobre o relacionamentos dos dois, a irmã de Marielly conta que nunca suspeitou e descobriu através da mídia. “O contato da minha irmã com ele era normal, na minha frente nunca aconteceu nada que me gerasse suspeita.”
Más lembranças
Durante o julgamento, o Juíz perguntou para Maiara se, quando Hugleice saiu da cadeia, eles voltaram a agir como marido e mulher. Ela confirmou, alegando ter acreditado no advogado falando que ele era inocente, que estava sendo coagido.
“Sofri uma tentativa de homicídio por ele foi que tive acesso ao processo e depoimentos, ele cortou meu pescoço, foram 39 pontos, mas graças a Deus sobrevivi. Eu não sei quem é essa pessoa, eu vivi uma dependência emocional e não conseguia enxergar que convivia comigo, é assustador, eu espero no fundo do meu coração que Deus permita que ninguém passe o que nós passamos”, declara.
Maiara conta que no dia do desaparecimento de Marielly, junto com a família ligou várias vezes para ela, não tendo retorno. “Decidimos procurar os amigos, que não sabiam dela também, assim como o namorado dela. Foi quando procuramos a polícia, junto com Hugleice.”
“Não sabíamos que ela estava grávida. A gente começou a procurar, fomos para a Afonso Pena, fizemos camisetas e não tivemos nenhuma notícias. Andamos a cidade toda, procurando informação”, conclui. Acesse também: Debate FIEMS: Redução de impostos e alavancar o setor foi unanimidade
‘Com informações do repórter Willian Leite