A secretária municipal de Saúde de Campo Grande, Rosana Leite, anunciou nesta segunda-feira (5) a contratação de 62 novos leitos de internação para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Os leitos estarão distribuídos entre o Hospital de Câncer Alfredo Abrão, o Hospital Adventista do Pênfigo e o Hospital São Julião, unidades que já possuem contratos vigentes com a prefeitura.
A medida busca aliviar o colapso na rede de saúde pública, agravado desde março pelo aumento expressivo de doenças respiratórias, especialmente entre crianças e idosos. Segundo Rosana, todos os leitos adultos contratados já estão ocupados e não há, neste momento, nenhuma vaga disponível nas unidades hospitalares da Capital.
Apesar da ação, a secretária admite que a quantidade contratada ainda é insuficiente diante da alta demanda. “É o que conseguimos. Fizemos inúmeras tentativas com outras instituições, mas todas foram negativas”, afirmou.
Um dos pontos mais críticos da atual crise de saúde é a falta de leitos pediátricos, que não serão ampliados neste momento. Rosana explicou que a Sesau encaminhou ofícios para os hospitais públicos, como o Hospital Regional e o Hospital Universitário, questionando sobre a capacidade de ampliação. Ambos responderam que não têm condições de abrir novos leitos, nem para adultos, nem para crianças.
Em seguida, a Secretaria buscou os hospitais filantrópicos, como Santa Casa, São Julião e Hospital de Câncer, e também os privados, como Unimed e Cassems. As respostas foram igualmente negativas, com exceção do Pênfigo, que, apesar de privado, firmou acordo para receber os pacientes via SUS.
“Recebemos ofício da Santa Casa na última sexta-feira (2) informando que não consegue ampliar leito infantil”, destacou Rosana. “A falta de leitos é uma doença crônica em Mato Grosso do Sul, em Campo Grande”, desabafou.
Estrutura improvisada nas UPAs
Enquanto a contratação dos leitos não se concretiza, o que ainda depende de uma resposta formal do Governo do Estado, segundo a Sesau, cerca de 200 adultos e 41 crianças aguardam internação, sendo mantidos em estruturas adaptadas nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) da cidade. A situação levou a Prefeitura a decretar situação de emergência no sistema de saúde em 26 de abril. Com todos os leitos ocupados, o atendimento vem sendo feito de forma improvisada, o que preocupa profissionais da saúde e familiares dos pacientes.
Dos três hospitais que receberão os novos pacientes, dois são filantrópicos (Hospital de Câncer e São Julião) e um é privado (Hospital Adventista do Pênfigo). Todos mantêm contrato com a Secretaria Municipal de Saúde e recebem recursos públicos municipais para atender pelo SUS.
A expectativa é que a ampliação anunciada ajude a desafogar temporariamente o sistema, enquanto o município busca novas alternativas de longo prazo para enfrentar a crise, especialmente a falta estrutural de leitos infantis.
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