Bueiros inteligentes, poços de infiltração e retenção são soluções para alagamentos, diz Puccinelli

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Foto: Marcos Maluf

Como em todos os anos, janeiro começou chuvoso e Campo Grande mais uma vez sofre com alagamentos, casas destelhadas, abertura de crateras, vias esburacadas, acidentes, trânsito caótico e queda de árvores.

Bueiros entupidos e a manutenção da calha dos rios foram negligenciadas. Quem perambular pela capital encontrará bueiros entupidos de folhas e sujeira, além de muito entulho, lixo e árvores crescendo no leito dos córregos. Isso diminui a vazão de água e aumenta o risco de alagamentos.

Com a falta de conscientização da população, aliada aos serviços precários de coleta seletiva e de reciclagem, os resíduos que estão nas vias públicas acabam sendo levados pelas chuvas para os bueiros, entupindo-os e impedindo a passagem da água no local.

No Córrego Prosa na Avenida Ernesto Geisel, entulhos, eletrodomésticos, móveis entre outros são jogados e quando a chuva forte vem acaba transbordando, os bueiros espalhados pela via na sua maioria estão estúpidos e acaba alagando nas vias. Na Avenida Rachid Neder o Córrego Segredo transborda todas as vezes que chove forte, um problema crônico que já deixou pessoas ilhadas, veículos em baixo da água e moradias atingidas.

A Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), por meio de nota, assegurou que mantém equipes diariamente para fazer limpeza e reparos nas bocas de lobo. Também temos diariamente equipes fazendo limpeza e variação, limpeza com roçada manual e mecanizada, tapa buracos e iluminação pública. A programação diária é elaborada com base nas solicitações recebidas pelo 156 e plataforma Fala CG.

Entretanto, conforme o ex-prefeito de Campo Grande, André Puccineli, antigas soluções baseadas em bombas, encanamentos e bocas de lobo já não garantem mais a eficiência do processo de drenagem. “Lidamos de maneira errada com a água das chuvas. Ao invés de coletá-la e despejar o mais rápido possível nos rios, devemos recorrer a técnicas de captação e armazenamento hídrico para reuso em períodos de estiagem e, também, a métodos que diminuam a velocidade e a força da correnteza chuvosa conferindo mais tempo para a sua absorção natural pelo solo”, garantiu.

Ele avaliou ainda que o calçamento permeável adotado anos atrás, implantar parques alagáveis, paredes e telhados verdes, praças- -piscina, cisternas de reuso hídrico, bueiros inteligentes e poços de infiltração e retenção, são umas das soluções. “O impacto dessas medidas no bolso do cidadão e do Poder Público é mínimo, pois, além de baratas, várias estão a cargo de grandes estabelecimentos comerciais como shoppings, bancos e hipermercados. Ao particular só a atual exigência de piso permeável permaneceria compulsória, sendo voluntária e incentivada com bônus no IPTU a adesão às demais medidas”, disse Puccinelli.

O ex-prefeito ressaltou também que as canalizações e os piscinões subterrâneos, medidas eficientes porém de alto custo, seriam priorizadas em regiões com histórico recorrente de alagamentos, como fundos de vale ou cruzamento de rios, bem como em avenidas de grande fluxo que cortam os extremos da cidade, como a Norte-Sul, ajudando a equacionar outros gargalos de nossa Capital Morena que são a logística viária, a segurança e a fluidez do trânsito.

O município, na tentativa de minimizar o problema começou a implementar bacias de amortecimentos [contenção]. A função dessa bacia é, justamente, segurar a água da chuva e reter a pressão da enxurrada. Já existe uma “em atividade” desde dezembro, do Córrego Reveilleau, na esquina das Avenidas Mato Grosso e Hiroshuima. Outras estruturas de retenção estão em fase de construção, que vão contemplar os bairros Jardim Noroeste, North Park e Nova Campo Grande.

Por Thays Schneider.

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