Bioma Pantanal fecha agosto com menor número de queimadas

Foto: Divulgação
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Investimentos em capacitação de brigadistas foram alguns dos fatores que influenciaram para tal resultado

 

Por Michelly Perez e Rafaela Alves – Jornal O Estado MS

O Pantanal obteve o mês de agosto com menor número de queimadas registrado desde o início do monitoramento do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em 1998.

Apesar da redução dos focos de fogo, o bioma continua passando por um período seco intenso e, conforme a meteorologia, a expectativa para o mês de setembro é de chuvas abaixo do esperado no período. Em todo o mês de agosto deste ano foram registrados 96 focos de calor no bioma em todo o país.

Vale lembrar que, no ano de 2020, as chamas consumiram mais de 20% do seu território. Em agosto daquele ano, 5.935 queimadas tomaram o Pantanal. Segundo informações do presidente do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), Angelo Rabelo, a realidade atual é muito diferente da registrada em 2020, quando 98% da região onde o instituto está localizado na Serra do Amolar foi consumida pelas chamas.

“Nós seguimos uma lógica. No ano retrasado, 98% o fogo nos atingiu, em 2021 foram 7% e nós estamos otimistas, trabalhando fortemente pra que a gente tenha um saldo zero em 2022 em função especialmente de dois fatores, prevenção, com recursos humanos qualificados e equipados e também com o uso da tecnologia”, destacou.

Conforme dados do painel BDQueimadas analisados por O Estado é possível identificar que, em agosto, somente o bioma Pantanal de Mato Grosso do Sul teve 71 focos. Entre os municípios com destaque no período, Porto Murtinho lidera os números de focos, com 35 focos (49,3%), seguido por Corumbá com 30 focos (42,3%), acompanhados por Aquidauana e Rio Verde com 3 focos cada (4,2%).

O levantamento também indicou que, semanalmente, Mato Grosso do Sul teve entre 9 e 27 focos de incêndio registrados. A semana com maior número de ocorrências foi a dos dias 22 até o dia 28 de agosto, quando foram contabilizados 27 focos.

Anteriormente, o agosto com menor número de queimadas havia ocorrido em 2014, com 134 focos de calor no bioma. Em 2021, apesar de a situação consideravelmente melhor, 1.505 queimadas foram registradas em agosto, valor bem próximo da média histórica no bioma.

Bombeiros comemoram resultado – Em nota, o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul informou que, levando em conta todos os biomas, foi possível identificar que em 2022 foram 230 focos de incêndio, número -91,31% inferior, aos 2.646 de 2021 e até -90,83% menor que os 2.508 de 2020.

Esse índice foi resultado do trabalho incessante da corporação somado aos investimentos que os governos federal e estaduais realizam nas atividades de preservação ao meio ambiente. Neste ano, o efetivo total da Operação Pantanal é de 89 bombeiros militares e 15 viaturas equipadas com materiais de combate a incêndios florestais.

“A Operação Pantanal permanece com mais três equipes realizando Ponto Base nas regiões de Aquidauana, Coxim e Serra do Amolar. Os demais militares estão distribuídos em guarnições preparadas para atuar no monitoramento e combate aos focos de calor, se assim for identificado pelo comando da Operação”, revelou em nota a corporação, que segue atuando em diferentes cidades do Estado.

Quem também confirmou a redução a O Estado foi Márcio Ferreira Yule, coordenador estadual do Prevfogo (Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais), e segundo ele, as equipes conseguiram atuar na prevenção, reduzindo o tempo de resposta diante das novas ocorrências.

Em 2022 o Ibama contratou 110 brigadistas e recebeu um caminhão autobomba tanque de 7.000 litros. “Com a redução de ocorrência de incêndios florestais no MS e principalmente no Pantanal as nossas seis brigadas puderam priorizar os combates que ocorreram no seu início, diminuindo o tempo de resposta, tamanho da área atingida, menor dano ambiental e menor quantidade de recursos necessários.

Temos brigadas em Corumbá (30) Aldeia Alves de Barros (18) e São João (15) na Terra Indígena Kadiweus e três brigadas terenas: Limão Verde, Taunay Ipegue e Cachoeirinha, cada uma com 15 brigadistas somados aos dois supervisores de brigadas”, destacou.

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