Presidente da Febraban cobra fiscalização mais rígida sobre setor que movimenta bilhões e opera sob baixa regulação
A expansão das apostas esportivas online no Brasil, impulsionada por patrocínios em massa e publicidade quase onipresente, começa a acender um sinal vermelho entre instituições do sistema financeiro. Para o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, esse mercado se tornou um ponto sensível no combate à lavagem de dinheiro.
Em evento realizado nesta quarta-feira (25), em Brasília, ele afirmou que o setor das chamadas bets oferece risco real de ser usado como rota para movimentação de recursos ilegais. “Os jogos on-line de apostas são um canal de risco para lavagem de dinheiro. Estado e o setor privado precisam agir com firmeza para não permitir que o crime organizado os use para ampliar seus tentáculos e suas operações financeiras”, disse.
A fala ocorreu durante seminário sobre lavagem de dinheiro e crime organizado, promovido pelo Instituto Esfera Brasil e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Legalizadas no Brasil por decisão legislativa, as apostas esportivas ainda operam com baixa transparência em vários aspectos, o que tem despertado críticas. Para Isaac Sidney, o crescimento acelerado do setor precisa vir acompanhado de medidas firmes de controle e distinção entre operadores regulares e plataformas que funcionam de forma opaca. “Há muito a ser feito sob o ponto de vista regulatório e de fiscalização”, afirmou.
Além da preocupação com o uso indevido por redes criminosas, o presidente da Febraban também chamou atenção para o impacto social das apostas. O excesso de anúncios e a exploração de jogadores problemáticos foram apontados como aspectos preocupantes. “Vemos um bombardeio de publicidade, enquanto empresas se movimentam nas sombras, até para ganhar em cima de pessoas com vulnerabilidade”, disse.
*Com informações da Agência Brasil
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