ALERTA: psicóloga explica como responsáveis podem agir de forma preventiva em caso de abusos

Crianças
Foto: Marcos Maluf/O Estado Online

Em manhã marcada por violência contra criança em Campo Grande,  psicóloga dá dicas e explica como os responsáveis podem agir de forma preventiva em casos de abusos. Quem viu os noticiários desta sexta-feira (27), se sensibilizou com a morte de uma menina de dois anos, assassinada por espancamento cometido pelo padrasto. Além do homicídio qualificado, a polícia vai investigar se a menina sofreu algum abuso sexual. O delegado que registrou a ocorrência informou que o padrasto disse que corrigia a criança com socos e tapas, fato que teria se repetido três dias antes. 

Acontece que os episódios de violência contra a pequena, vinham ocorrendo a pelos seis meses, segundo vizinhos. Embora ouvissem o choro que ecoava “dia, tarde e noite”, como enumeram, nenhuma denúncia por parte desses foi feita. Para ajudar que adultos responsáveis de crianças e adolescentes e também aos conviventes de vítimas não deixem passar despecebidos sinais de alerta, ouvimos uma especialista para orientar sobre o assunto. 

Em entrevista, a psicóloga e psicanalista formada em Psicologia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Mariana Fiorenza,  explica que as pessoas que cuidam dessas crianças no dia a dia em casa ou na escola devem se atentar a mudanças de comportamento como isolamento, choro fácil, aversão a toques que antes não tinham como abraços e beijos.

Outros sintomas como insônia, vontade de voltar a dormir com os pais, em caso de crianças que já não tinham esse hábito, medo de ir para escola pode ser um sinal de alerta. Conforme Marina, esse sintomas aparecem como forma da criança expressar o medo que vem sentindo das agressões, algo até como um terror. “Muitas vezes a gente não sabe o que é, mas sempre os adultos conseguem perceber, mas deixam passar batido pela correria, acham que vai passar”, fala. 

Abuso Sexual

Embora não seja fácil notar os sinais físicos de um abuso sexual, é possível que a criança tenha alterações no seu comportamento, como: irritação, ansiedade, dores de cabeça, alterações gastrointestinais frequentes, rebeldia, raiva, introspecção ou depressão, problemas escolares, pesadelos constantes, xixi na cama e presença de comportamentos regressivos (por exemplo, voltar a chupar o dedo). Outro sinal de alerta é quando a criança passa a falar abertamente sobre sexo, de forma não-natural para a sua idade, física e mental.

Se você notar algum desses sinais, tome cuidado com a sua reação, porque ela poderá fazer com que a vítima se sinta ainda mais culpada. O importante é oferecer apoio à criança, escutando o que ela tem a dizer e não duvidando da sua palavra. Busque ajuda e orientação profissional para que o seu filho consiga falar sobre o ocorrido e lidar com o fato e entre com medidas legais para afastar o abusador. Romper o silêncio é uma forma ativa de lidar com o problema e impedir que ele continue acontecendo. “Quando mais a gente tiver uma educação sobre o corpo, sexual, que não é uma educação sobre sexo, mas sobre limites do próprio corpo e da integridade física da criança mais fácil fica de identificar esses abusos”, explica Mariana. 

Como denunciar casos de violência

A Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA) fica localizada na rua Vinte e Cinco de Dezembro, 474 – Jardim dos Estados, Campo Grande – MS,  O telefone da delegacia é (67) 3323-2500.

Conselhos tutelares

No site Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho, estão disponíveis os endereços e contatos dos conselhos tutelares que operam em Mato Grosso do Sul e recebem denúncias. Clique aqui.

Disque 100

O Disque 100 atende 24 horas, todos os dias, incluindo fins de semana e feriados, em todo o Brasil. Pela internet, as denúncias podem ser feitas pelo aplicativo Direitos Humanos Brasil ou pelo WhatsApp, no número (61) 99656-5008. As denúncias são recebidas de forma anônimas e encaminha o assunto aos órgãos competentes no município de origem da criança ou adolescente.

Ministério Público

Todo estado brasileiro conta com um Centro de Apoio Operacional (CAO), que pode ser acionado para a defesa e garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes. Os números de contato são: 127 0800-647-1127, como ligação gratuita em todo estado ou (67) 3318-2032.

 

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