Investigador que estuprou detenta, perde cargo e é condenado a 14 anos de prisão

Foto: Reprodução Marcos Tomé
Foto: Reprodução Marcos Tomé

O investigador de Polícia Civil, Elbeson de Oliveira, de 42 anos, foi condenado a 13 anos e 7 meses de prisão, pelo crime de estupro, cometido dentro das dependências da Delegacia da Mulher, na sala Lilas, local disponibilizado para vítimas que procuram a delegacia, em Sidrolândia a 64 quilômetros de Campo Grande.

O caso teria acontecido mais de uma vez, entre os dias 4 e 11 de Abril deste ano. Na sentença, o juiz criminal Cláudio Pareja, diz que o policial perderá o cargo e terá de indenizar a vítima em R$ 10 mil.

Na época, o crime foi denunciado por outros presos que estavam na carceragem e viram a vítima chorando, após ser tirada do local pelo acusado. Na tentativa de não ser denunciado pelos presos em outras celas, Elbeson deu seu celular para os detentos fazerem ligações. Mesmo assim eles o “entregaram”, para a delegada de plantão.

Após a repercussão, o policial foi afastado de suas funções e a 8 meses está preso no sistema penitenciário da Capital. Ele foi absolvido das acusações da prática de violência psicológica e tortura contra a vítima, denunciadas pelo Ministério Público.

Relembre o caso

O investigador da Polícia Civil, Elbenson de Oliveira foi preso em flagrante nessa terça-feira (12), suspeito de estuprar uma detenta, de 42 anos, dentro da delegacia de Sidrolândia, município que fica a 64 quilômetros de Campo Grande. O crime foi denunciado após Elbenson tentar ‘comprar’ o silêncio de outros presos.

Segundo a denúncia dos outros detentos, o policial retirou a vítima de sua cela na segunda-feira (11) e a levou para a Sala Lilás — espaço da unidade policial dedicado ao atendimento de mulheres vítimas de violência de gênero — onde teria feito o abuso sexual.

Conforme o boletim de ocorrência, os detentos, que tiveram o silêncio ‘comprado’ com um celular, solicitaram a presença de uma delegada da cidade. O grupo afirmou estar com um celular, causando o questionamento dos policiais, entretanto eles se recusaram a esclarecer até a chegada da delegada. Para ela, foi informado pelos detentos que eles escutaram a vítima chorando na noite anterior, e que ela contou que havia sido abusada sexualmente pelo investigador.

Os presos disseram que questionaram o suspeito sobre o abuso, e que o mesmo disse que nada havia acontecido, ele também alegou que a vítima estava menstruada e por isso a retirou da cela.

Denúncia

Após ouvirem o relato dos detentos, a delegada realizou atendimento especializado com a vítima. A detenta relatou que o suspeito a retirou da cela dizendo que seu advogado estava na delegacia e que desejava conversar. A vítima também disse que foi levada para uma sala e obrigada a fazer sexo oral de joelhos no policial.

De acordo com a denúncia, o suspeito já havia cometido abuso contra ela cerca de uma semana antes e que, na ocasião, a obrigou a tomar banho depois do estupro e a ameaçou dizendo que se ela contasse a alguém iria atrás dela até no inferno e que ninguém sentiria sua falta.

Os abusos teriam acontecido na Sala Lilás da delegacia e no alojamento dos plantonistas, locais aos quais a presa não teria acesso por conta própria.

Câmeras de segurança

Com os depoimentos, a delegada buscou imagens das câmeras de segurança da delegacia, que confirmaram que o servidor havia retirado a mulher da cela. Uma detenta que dividia cela com a vítima também confirmou que a companheira foi retirada pelo investigador.
O caso foi informado ao diretor de Polícia Civil de Campo Grande, que acionou a Corregedoria para que localizasse o servidor e o conduzisse a uma delegacia.

Com informações da repórter Amandha de Oliveira. 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *