Umidade do ar chega a 7% em MS e sua qualidade apresenta piora

Foto: Marcos Maluf
Foto: Marcos Maluf

A onda de calor que chegou com o mês de setembro vem causando desconforto em grande parte do país, inclusive no Mato Grosso do Sul, onde a umidade relativa do ar esta semana bateu recorde chegando a 7% em uma cidade. A umidade do ar varia de 7% e 20% no Estado, de acordo com o meteorologista Natálio Abrahão, que alerta para perigo de morte. Com a situação crítica e alarmante, médicos orientam a população para os cuidados que devem ser tomados nesse período de seca.

Além de Natálio, o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) emitiu alerta amarelo, laranja e vermelho no Estado por conta da baixa umidade. De acordo com o instituto e a OMS (Organização Mundial de Saúde), o limite ideal para umidade relativa do ar é em torno de 60% e abaixo de 20% há risco de saúde à população e de incêndios florestais. O alerta em questão aumenta casos de ressecamento da pele e desconforto nos olhos, boca e nariz.

Conforme as análises do meteorologista Natálio, na terça-feira (3), Três Lagoas foi o município que registrou a menor umidade, com 7%, Paranaíba e Água Clara chegaram a 8% e Chapadão do Sul marcou 9%. A Capital, bem como, Ribas do Rio Pardo e Camapuã registram 10%. Natálio pontua que a umidade do ar irá piorar nos próximos dias.

“Até o dia 16 de setembro essas condições persistem e serão piores nos dias 7, 8 e 9, ou seja, na semana que vem. Mudanças de tempo estão previstas apenas no dia 16, com chegada de nova frente fria que deve enfraquecer essa massa de ar seca”, alerta.

A umidade do ar é um fator climático de grande importância para a saúde humana, afetando diretamente o bem-estar e podendo desencadear uma série de problemas respiratórios e outros desconfortos. O Dr. Bruno Nakao, otorrinolaringologista da Unimed Campo Grande explica porque o tempo seco causa desconforto principalmente nasal.

“Existe um ressecamento da mucosa nasal, da mucosa ocular, então o paciente aumenta o risco para ter conjuntamente feridas dentro do nariz, chamadas vestibulites nasais, pode ter maior crise de rinite alérgica com espirro, coceira, congestão, tosse, dor de garganta, rouquidão”
Nessa época é bem comum a desidratação, por conta do aumento de suor, maior necessidade muitas vezes de urinar. “Nesse caso o paciente tem que ter uma responsabilidade sobre sua hidratação, de pelo menos dois a três litros de água por dia, principalmente crianças e idosos, existe uma necessidade maior, porque eles não pedem água habitualmente, não sentem tanta sede ou não manifestam dessa maneira”, orienta.

Com o risco de morte alertado pelo meteorologista, o Dr. Bruno Nakao revela que óbito neste período pode ser marcado por doenças respiratórias. “A principal causa de morte no tempo seco está relacionada mais aos principais problemas dos tubos respiratórios, que seria crise de asma, uma pneumonia, alguma infecção ou bacteriana secundária após um quadro viral. A desidratação não necessariamente é a principal causa de morte, porque teria que ser uma desidratação súbita, com queda de pressão, alteração cardiovascular, para provocar uma morte nesse sentido”

A Dra. Carolina Albuquerque Arroyo, especialista em clínica médica da Unimed Campo Grande, orienta como a população pode evitar doenças por conta do tempo seco. A clínica geral pontua que pacientes com doenças cardíacas são mais sensíveis à alteração do volume interno corporal, isso significa que acabam desidratando com maior facilidade. Além desse quadro, doenças respiratórias são bem comuns nesse clima.

“A gente acaba observando casos de rinite, asmas, bronquites. Quem tem doenças pulmonares acaba tendo uma exacerbação e isso acaba contribuindo para uma piora do quadro respiratório de uma maneira geral. O tempo quente seco pode interferir no organismo de diversas maneiras, mas entre elas a principal é levando a uma desidratação mais precoce. Por isso pacientes que têm já doenças cardíacas, doenças pulmonares, acabam sofrendo mais nessa época. Então é muito importante manter a hidratação e os cuidados e ficar atento a qualquer sinal sintoma de piora do quadro clínico, procurar uma avaliação médica”.

“A principal recomendação é aumentar a hidratação. Isso porque, tanto no calor quanto no tempo seco, ocorre uma perda maior de líquidos pelo nosso organismo. Por isso é importante repor, seja na forma de líquidos, como águas ou substâncias autônicas, ou através da alimentação, dando preferência para alimentos que tenham uma alta concentração de água nessa composição, como melancia, melão, tomate e outros alimentos que tenham bastante água nessa composição”.

Além da hidratação, outra recomendação da Dra. é manter os ambientes internos umidificador. Isso pode ser feito através de umidificador ou através de recipientes contendo água, como bacia com água, toalha molhada, isso favorece o aumento da umidade ali no ambiente.

Por Inez Nazira

 

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