Setembro Amarelo: “A vida é a melhor escolha!”

setembro amarelo
Foto: Freepik

O Setembro Amarelo é o mês de prevenção contra o suicídio e no Brasil ele é organizado desde 2014 pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), em parceria com o CFM (Conselho Federal de Medicina). O suicídio é uma triste realidade que atinge o mundo todo. O Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio é dia 10 de setembro, próximo sábado. Neste ano, a maior campanha antiestigma do mundo tem como lema: “A vida é a melhor escolha!”.

Conforme o último levantamento da OMS (Organização Mundial da Saúde), de 2019, foram registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar com os subnotificados, com isso, estima-se mais de um milhão de casos. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, uma média diária de 38 pessoas que cometem suicídio.

Embora os números estejam diminuindo, segundo a OMS, os países das Américas vão na contramão dessa tendência, com índices que não param de aumentar. Quase todos os casos de suicídio estavam relacionados às doenças mentais, principalmente não diagnosticadas ou tratadas incorretamente. Dessa forma, a maioria dos casos poderia ter sido evitada caso os pacientes tivessem acesso ao tratamento psiquiátrico e informações de qualidade.

Segundo a psicóloga clínica Fernanda Camargo, em muitos casos sabe-se que pessoas com intenção de cometer suicídio não queriam acabar com sua vida e sim com os seus sofrimentos, e quem tem essa intenção pode, sim, avisar de alguma forma, com comunicação verbal ou não.

“Precisamos nos conscientizar que falar e ouvir sobre suicídio é sim necessário e de grande importância, podendo ser prevenido e evitado, atrás de informações. O silêncio e o tabu sobre o assunto impede as pessoas de dialogarem, sentirem ou vivenciar um momento de sofrimento e isso pode ser prejudicial e até fatal para vida daqueles que estão sofrendo, falar pode ajudar as pessoas a entender e ressignificar suas emoções, sentimentos e suas particularidades”, assegurou.

Ainda conforme a psicóloga, dados revelam que a maioria dos casos estava relacionada a algum tipo de doença mental não diagnosticada ou não tratada corretamente.

“Assim se faz necessário falar de forma segura, com profissionais, conte com as pessoas de sua confiança, acredite que a busca de sua saúde mental ajudará a salvar sua e a vida de muitas outras pessoas. Profissionais e a população devem estar preparados com conhecimentos para auxiliar na construção de relações mais saudáveis e comunicação mais efetiva na busca de saúde mental”, finalizou.

Dados sobre suicídio

Ainda conforme dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) todos os anos mais pessoas morrem como resultado de suicídio do que HIV, malária ou câncer de mama – ou guerras e homicídios.

Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio foi a quarta causa de morte depois de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal. No Brasil, 12,6% por cada 100 mil homens, em comparação com 5,4% por cada 100 mil mulheres, morrem por suicídio. As taxas entre os homens são geralmente mais altas em países de alta renda (16,6% por 100 mil). Para as mulheres, as taxas de suicídio mais altas são encontradas em países de baixa-média renda (7,1% por 100 mil).

Mundialmente, a taxa de suicídio está diminuindo, com a taxa global se reduzindo em 36%, e diminuições variando de 17% na região do Mediterrâneo Oriental a 47% na região europeia e 49% no Pacífico Ocidental. Mas, na Região das Américas, as taxas aumentaram 17% no mesmo período, entre 2000 e 2019. Hoje, apenas 38 países são conhecidos por terem uma estratégia nacional de prevenção contra o suicídio, um deles é o Brasil. Entretanto muitos permanecem não comprometidos com o suícidio, segundo a psicóloga clínica Fernanda Camargo.

Quando uma pessoa decide terminar com a sua vida, os seus pensamentos, sentimentos e ações apresentam-se muito restritivos, ou seja, ela pensa constantemente sobre o suicídio e é incapaz de perceber outras maneiras de enfrentar ou de sair do problema. Por isso, além do paciente, é muito importante que pessoas aprendam a ajudar o próximo, principalmente para que saibam identificar alguém nesta situação e possam levar até o tratamento adequado, além de ser uma escuta ativa, demonstrando empatia.

Por Rafaela Alves – Jornal O Estado

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