Rio Paraguai precisaria de 30 dias de chuva para se recuperar da estiagem

Divulgação: Imasul
Divulgação: Imasul

Chuva chega, mas o baixo nível dos rios de MS preocupa especialistas

Com o retorno das chuvas em Mato Grosso do Sul e o fim de um período de estiagem que já durava mais de um mês, a esperança é para que os rios do Estado atinjam níveis no mínimo considerados aceitáveis.
A situação mais crítica é do Rio Paraguai. Segundo os dados de ontem (4) do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), dois dos quatro pontos de medição apresentam dados negativos. Todos são considerados em estiagem, segundo o órgão estadual.

Em Ladário, o rio atingiu ontem margem negativa de 45 centímetros. É o maior índice registrado em todo o ano. Em Porto Esperança, a medição atingiu 118 centímetros negativos. Melhorou em relação a domingo (3), quando a régua apontou 120 centímetros negativos. Em Porto Murtinho, a régua atingiu 82 centímetros na medição. Muito atrás dos 184 cm considerados aceitáveis.

“Não é o caso de falar quantos dias para resolver a questão hídrica do Rio Paraguai ou da Bacia do Panamá. Nas atuais condições, pelo menos nos próximos três anos não seriam suficientes para retorno das condições normais das duas bacias. Se fosse um caso excepcional, teria de chover todos os dias durante um mês, de 25 a 30 milímetros, para uma possível normalidade, ou seja, se chovesse no Pantanal inteiro em um mês 600 milímetros de chuva”, disse a O Estado o meteorologista Natálio Abrahão.

Ainda de acordo com o Imasul, os dados de chuva estão longe de atingir os índices citados por Abrahão. Ontem (4), os índices foram de 14 milímetros de chuva na medição de Ladário, 2,8 em Porto Esperança e 20,6 em Porto Murtinho.

No restante do Estado, somente dois rios estão com índices acima do considerado ideal com as chuvas: o Rio Aquidauana e o Taquari.

Os rios Aporé, Piquiri e Pardo também continuam em situação de estiagem, segundo o órgão estadual.
“A estiagem foi tamanha com os períodos de secas nos últimos anos, que será necessária muita chuva nos próximos meses para fazer os rios voltarem aos índices normais”, disse Tadeu Fabrício Malheiros, professor do Departamento de Hidráulica e Saneamento da USP (Universidade de São Paulo).

Se depender da previsão do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a situação poderá ser amenizada. Isso porque foi reforçado o alerta de chuvas intensas para Campo Grande e outras 37 cidades do Estado.
Segundo o órgão, as chuvas poderão ser de até 50 milímetros e ventos fortes. Há risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e descargas elétricas. Também há avisos de temporais com queda de granizo. (Colaborou Isabela Assoni).

Texto de Rafael Ribeiro

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