Já são 110 mortes confirmadas pelas autoridades municipais de Petrópolis (RJ) desde a forte chuva que atingiu a cidade na última terça-feira (15). Um novo deslizamento, desta vez na comunidade 24 de Maio, gerou um alerta da Defesa Civil. Após a ocorrência, o órgão viabilizou a evacuação.
Ainda não há informação sobre vítimas e nem sobre o número de imóveis afetados ou interditados. A população foi orientada a se deslocar da área de risco para locais seguros. Há 25 escolas na cidade designadas pela prefeitura para receber os desabrigados.
O receio com novos deslizamentos aumenta diante da previsão meteorológica. A Defesa Civil emitiu um aviso chamando atenção para a possibilidade de pancadas de chuvas moderadas a fortes entre a tarde de hoje (17) e a madrugada de amanhã (18). Nas últimas horas, 14 das 18 sirenes instaladas próximas a áreas de risco da cidade foram acionadas.
O temporal que culminou na tragédia deixou ruas do centro histórico de Petrópolis e de outros bairros alagadas. Imagens fortes e impressionantes circularam nas redes sociais. Segundo o governo do Rio de Janeiro, foi a pior chuva na cidade desde 1932. A região serrana do estado, onde se localiza Petrópolis, viveu outras tragédias nas últimas décadas. Em 1988 e em 2011, temporais também causaram um grande número de mortes.
Dessa vez, um dos pontos mais impactados na cidade foi o Morro da Oficina, no Alto da Serra. Houve um grande deslizamento de terra no local, que fica próximo à rua Tereza, conhecida área comercial do município perto do centro histórico. A prefeitura estima que cerca de 80 casas tenham sido afetadas.
Recursos
O governador Cláudio Castro afirmou ontem (16) que o estado não deixaria faltar recursos para a reconstrução da cidade, acrescentando que toda ajuda seria bem-vinda. Uma visita do presidente Jair Bolsonaro à cidade está agendada para amanhã (18). Um plano do governo federal será apresentado ao prefeito Rubens Bomtempo.
Castro tem defendido os investimentos feitos pelo seu governo nos últimos anos em obras de contenção de encostas e de melhoria do asfalto e em programas habitacionais. O Portal da Transparência do executivo estadual, no entanto, mostra uma diferença significativa entre o orçamento previsto e o montante empenhado em 2021 na prevenção e resposta ao risco e recuperação de desastres. A dotação inicial era de R$ 402,8 milhões. Apenas R$ 192,8 milhões foram empenhados, o que representa 47,8% do estimado.
Segundo Castro, ações preventivas são desenvolvidas pelo governo. “Não se resolve 40 anos em um ou dois anos”, disse ontem (15). Ele reconheceu que a falta histórica de investimentos contribuiu para os estragos na cidade, mas também atribuiu a situação ao caráter excepcional da chuva.
A AgeRio (Agência de Fomento do Rio), vinculada ao governo estadual, anunciou hoje (17) o programa “Reconstruir Petrópolis”, que destinará linhas de crédito aos negócios do município. Também foi sancionada pelo governador uma lei aprovada pela Assembleia Legislativa que garante um repasse de R$ 30 milhões para a cidade. Os recursos são provenientes de economias do orçamento da Casa de Leis.
(Fonte: Agência Brasil)