Pais e professores temem pelo fim das escolas cívico-militares

Foto: Valentin Manieri/Jornal O Estado MS
Foto: Valentin Manieri/Jornal O Estado MS

Em Campo Grande, educadores e pais se mostram contrários à possível mudança do governo de Lula

Apesar de os rumores do fim das escolas cívico-militares em 2023, Mato Grosso do Sul deve manter o programa nas escolas na Rede Estadual de Ensino. A educação é uma das áreas que passará por grandes mudanças no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em relação ao que vinha sendo feito pelo atual presidente Jair Bolsonaro (PL). Indícios apontam que nos primeiros passos da equipe de transição do futuro governo, as promessas são de encerrar com a PNA (Política Nacional de Alfabetização) e outras iniciativas, como o programa de fomento para as escolas cívico-militares.

Atualmente o Estado conta com a implementação de quatro escolas estaduais com esse regime, em parceria com o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar, sendo duas na Capital, uma em Maracaju, e outra no município de Anastácio.

A primeira escola cívico- -militar de tempo integral do Brasil, foi a instalada no Bairro Jardim Anache em Campo Grande, que recebe o nome de Escola Professor Alberto Elpídio Ferreira Dias (Prof. Tito), que atualmente conta com 420 alunos matriculados, do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, e 1º ao 3º do Ensino Médio. Na avaliação do diretor pedagógico da escola, Coronel Francisco Carlos da Silva Rojas, o método “tradicional” aplicado por eles tem feito diferença na vida dos estudantes, que são moradores da região.

“Iniciamos esse projeto em 2019/2020 e foi uma mudança que se fazia necessária para os estudantes dessa comunidade. Foi nítido a mudança de comportamento e comprometimento deles para os estudos e até mesmo com as pessoas. Esse método mais tradicional de educação, colabora para o crescimento do Brasil e, apesar de algumas pessoas serem contra, não tem relação com o militarismo”, destacou o diretor.

Apesar da possibilidade de chegar ao fim o projeto de ensino em muitas escolas brasileiras, o professor, diretor e coronel Rojas afirma tranquilidade quanto a situação das escolas de MS. “Seria lamentável essa decisão, mas Mato Grosso do Sul tem se destacado e conquistado espaço na educação. Felizmente temos parceria com o Corpo de Bombeiros, que nos ajuda em demandas da escola. O fim desse projeto, simboliza a paralisação de um método tradicional de ensino que sabemos que dá certo. Mas confiamos que não acontecerá em nosso Estado, tendo em vista que o governo tem apoiado o crescimento dessas escolas”, ressaltou.

Questionado sobre o programa da Rede Estadual, o superintendente de políticas educacionais Hélio Daher, reafirma a continuação do novo padrão implementado nas quatro escolas do Estado, mesmo que a decisão seja por finalizar o programa educacional no ano que vem. “Hoje o funcionamento dessas escolas não depende, em nenhum fator, do Governo Federal. Então caso a decisão seja consumada, não influencia em nossas escolas, já que os militares atuantes nas unidades são do Estado”, explicou Hélio.

Ainda de acordo com o superintendente, é importante destacar que, com a nova gestão do Governo de Mato Grosso do Sul que será empossada em 2023, o planejamento e fomento das escolas cívico-militares, passarão por análise do governador eleito Eduardo Riedel e sua equipe de transição. A expectativa é de que sejam feitos estudos para melhor compreender o programa utilizados nessas unidades de ensino.

Famílias aprovam o método 

Para Antônio Neves, que é pai de uma aluna que irá se formar ano no 3º ano do Ensino Médio, a mudança da filha para a escola que foi pioneira no programa cívico militar foi um salto para sua vida acadêmica. “Minha filha ingressará em uma universidade no melhor momento dela. Com esse padrão, nós, como pais, notamos a melhora no comportamento dentro de casa, na disciplina com os estudos e os projetos que começou após conhecer o método da escola. Sou contra o fim desse projeto, que tem ajudado a melhorar a vida de muitos que, antes, não teriam essa oportunidade de ensino e tradição. Vai além da educação na sala de aula, mas eles levam o aprendizado para a vida”, concluiu o aposentado Antônio Neves, que também teve apoio dos demais pais dos alunos da escola.

Por Brenda Leitte – Jornal O Estado de MS.

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