Chega na fase final a obra do 1º hospital especializado em animais silvestres do mundo. O projeto tem como objetivo ajudar no trabalho de preservação da fauna, realizado pelo Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), localizado no Parque do Prosa, que já conta com 250 hóspedes, como o cachorro-do-mato, jaguatirica, onça parda, veado, araras, urubus, maritacas, periquitos e anta, por exemplo.
Tendo cerca de 1.153,33 m², a nova unidade de atendimento de animais irá contar com espaços administrativos, salas de cirurgia, ambientes para quarentena e laboratórios para exames. É previsto que o hospital também modernize o atendimento aos bichos de diversas espécies que vivem no Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica, resgatados com problemas de saúde, vítimas de queimadas, atropelamentos e caça ilegal, como aves, répteis e mamíferos.
De acordo com Gustavo Henrique dos Santos, diretor de Obras Civis da Agesul, é previsto que a unidade seja entregue nos primeiros dias de 2021. “Estamos na fase de acabamento, revestimentos, elétrica, forro, implantação de pisos da área externa e interna e pintura. A equipe de pintura já está trabalhando no local junto com a elétrica, com a parte externa dos pisos, parte de louças e metais, como pias e bancadas, que estão sendo instaladas. A previsão é em dezembro conseguir concluir boa parte do hospital de animais silvestres e, se ficar alguma coisa, em janeiro mesmo entregar”, esclarece.
Já Reinaldo Azambuja, governador, o novo espaço irá oferecer melhores condições para os animais feridos e servidores. “A nova clínica vai dar uma importante estrutura para o trabalho de recuperação dos animais silvestres. Além de ampliar o espaço, dará melhores condições de trabalho para os servidores e possibilitará parcerias. O local poderá funcionar como escola de residência para cursos de veterinária e biologia e formar mão de obra especializada”, declarou.
Lucas Cazati, veterinário e responsável técnico do Cras, complementa que o novo centro irá ajudar na preservação e repovoamento das espécies que estão ameaçadas de extinção. “Lembrando que o Pantanal Sul-mato-grossense é o maior conjunto de biomas do mundo. Então, para isso, nós temos que ter um centro de referência internacional, como já somos, para que a gente possa atender, melhorar e devolver à natureza. O melhor de tudo: trabalhar na inserção do animal, no sentido de repovoar algumas espécies que já estão ameaçadas de extinção, apontadas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio”, explicou.
Cazati ainda afirma que mesmo antes da conclusão do hospital, o Cras continua sendo pioneiro em diversos tratamentos em animais feridos e mutilados. “Nós fizemos alguns procedimentos que nunca foram feitos até então. O primeiro implante de bico autógeno, de outra ave. Retiramos o bico de uma arara que teve morte natural e utilizamos em outra que teve o bico quebrado, que foi mutilada. Esse procedimento não existia. Hoje nós temos a produção de órteses e próteses de impressora 3D. Então eu consigo mapear e através da digitalização fazer um novo membro. Esse animal vai continuar com a capacidade reprodutiva e pode ser devolvido à natureza”, finaliza o veterinário.
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