Nove pessoas seguem presas, após invasão em terras de área rural de Dourados

Foto: Reprodução/CIMI
Foto: Reprodução/CIMI

[Texto: Tamires Santana, Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul]

Entre os detidos está o candidato ao governo do Estado, Magno de Souza, do PCO

Desde a última invasão à propriedade privada, que aconteceu no dia 8 de abril, em área rural de Dourados, cidade a 201 quilômetros de Campo Grande, 9 pessoas estão presas, entre elas, o ex-candidato ao governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Magno de Souza, do PCO (Partido da Causa Operária). Também havia um idoso kaiowá, de 77 anos, liberado após intermediação da DPE (Defensoria Pública do Estado) de Mato Grosso do Sul.

ida ao programa “Tribuna Livre”, na manhã de ontem (19), o governador do Estado, Eduardo Riedel (PSDB), ressaltou que o ato praticado pelos indígenas é crime, mas que a situação precisa de atenção. “Não podemos permitir esse tipo de conflito, mas também não podemos fechar os olhos para os mais de 80 mil indígenas que vivem sem o mínimo, que são escolas, energia, internet e vamos dar atenção a esses grupos, nesses quatro anos”, disse o parlamentar.

Após a invasão, outros nove indígenas permanecem presos, acusados de associação criminosa, dano ao patrimônio privado e ameaça, além de lesão corporal e posse de arma. Eles passaram por audiência de custódia na Justiça estadual, mas, durante a análise das prisões, o juiz entendeu que a competência era da Justiça federal, que decidiu manter os indígenas detidos.

De acordo com o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), em depoimento, os suspeitos negaram as acusações, afirmando terem ocupado o terreno em protesto contra o início das obras do condomínio, enquanto a Polícia Militar relata que um grupo de 20 pessoas adentrou à propriedade privada e, por isso, o Choque teria sido enviado, para contê-los.

Na ocasião, Riedel discordou de qualquer tipo de invasão a propriedades públicas ou privadas, mas salientou que é preciso compreender a luta desses grupos. “Invadir qualquer propriedade não é o caminho para conseguir terras, pelo contrário. Precisamos investir em educação e desenvolvimento econômico, para contribuirmos com a causa do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra)”, discorreu o chefe de Estado.

Novas invasões

Na última segunda-feira (17), a senadora Tereza Cristina (PP) usou as redes sociais para criticar a ida do presidente Lula (PT) à China, alegando que, na volta, o MST invadiria nove fazendas, sendo uma delas área de preservação da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), além de seis sedes do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), inclusive no Mato Grosso do Sul.

Em contrapartida, o MST negou a informação, esclarecendo que foi realizado apenas um plantio de árvores no acampamento de resistência Alexandre Sabala, na fronteira, que está chegando a mil acampados cadastrados. “A propriedade está em uma área social que pertence ao Itamaraty”, declarou Laura Santos, coordenadora do MST em Mato Grosso do Sul. Acesse também: Campo Grande teve a maior alta na venda de imóveis, em 2023

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