Foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) na noite de ontem (2), o registro de uma nova vacina contra a Dengue. Ela será indicada para pessoas entre 4 e 60 anos, por via subcutânea em esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações.
De acordo com a Agência, a vacina Qdenga, da empresa japonesa Takeda Pharma Ltda. é composta por quatro diferentes sorotipos do vírus causador da doença, o que deve conferir uma ampla proteção contra ela. Na avaliação clínica da vacina, foi demonstrada uma eficácia geral de 80,2% contra a dengue causada por qualquer sorotipo e independe se a pessoa já contraiu ou não a doença em 12 meses após a administração da vacina. A vacina também reduziu as hospitalizações em 90%.
A demonstração da eficácia da vacina Qdenga tem suporte principalmente nos resultados de um estudo de larga escala, estudo de fase 3, randomizado e controlado por placebo, conduzido em países endêmicos para dengue com o objetivo de avaliar a eficácia, segurança e imunogenicidade da vacina.
Durante a análise técnica realizada pela Anvisa, realizou-se um painel para a discussão de alguns pontos do processo de registro com especialistas do país que detém notório saber sobre a doença. Essa discussão ocorreu em 10/01/2023 e em seguida os especialistas apresentaram um Parecer opinativo sobre o produto e sobre as condições de uso pleiteadas pela empresa, com o objetivo de subsidiar a análise realizada pelos técnicos da Agência.
A concessão do registro pela Anvisa permite a comercialização do produto no país, desde que mantidas as condições aprovadas. A vacina, contudo, segue sujeita ao monitoramento de eventos adversos por meio de ações de farmacovigilância sob a responsabilidade da empresa. A vacina Qdenga é a primeira aprovada no Brasil para um público mais amplo (de 4 a 60 anos de idade). A vacina aprovada anteriormente (Dengvaxia) só pode ser utilizada por quem já teve dengue.
Dengue em MS
Segundo o último boletim epidemiológico da dengue do mês de fevereiro, Mato Grosso do Sul registrou 2.757 casos confirmados e dois óbitos em decorrência da Dengue em 2023. Os números divulgados no dia 28 de fevereiro pela SES (Secretaria Estadual de Saúde) mostram que houve uma alta de 27,9% em relação ao boletim divulgado na semana anterior.
Dentre os municípios de MS com maior incidência de casos por densidade populacional estão Batayporã com 295 casos prováveis, seguido de Bonito (364), Jaraguari (110), Bodoquena (113), Caracol (75), e Ladário (260).
No panorama nacional, Mato Grosso do Sul ocupa a 10º posição de incidência de casos, com 6.693 casos prováveis da doença, o que corresponde a uma incidência de 238,2 considerando que em todo o Estado, existem 2.809.394 habitantes.
Cuidados
O atual período de chuvas exige cuidados redobrados para prevenir a disseminação do mosquito Aedes aegypti, que também é transmissor da zika e chikungunya.
Para evitar a proliferação do mosquito a secretaria de saúde recomenda a limpeza diária dos locais utilizados para o armazenamento de água e vasilhas usadas como bebedouros para animais domésticos; recipientes para armazenamento de água devem ser fechados com as tampas originais ou com uma tela de trama pequena, ou tecidos de tramas fechadas, assim, evitando o acesso do mosquito; caixas d’água também devem passar por limpeza regularmente, além de estarem adequadamente fechadas.
Sintomas
Para identificar a Dengue é preciso atentar-se aos sintomas, entre os principais estão:
Dor abdominal intensa e contínua ou dor à palpação do abdômen;
Vômitos persistentes;
Acumulação de líquidos (ascites, derrame pleural, pericárdio);
Sangramento de mucosas;
Letargia ou irritabilidade;
Hipotensão postural (é a diminuição súbita da pressão arterial ao se
levantar de uma posição deitada ou sentada, principalmente quando de
maneira brusca);
Hepatomegalia maior do que 2 cm;
Aumento progressivo do hematócrito.
Com informações da repórter Lethycia Anjos.
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