Infiltração e ruas alagadas são as principais dificuldades enfrentadas
Por Claudemir Candido – Jornal O Estado MS
Com pouco mais de R$ 5,7 milhões investidos por prefeitura e Governo do Estado, 61 famílias do Loteamento José Teruel Filho ainda aguardam pela entrega de moradias. Até o momento, 37 já foram contempladas, contudo, nos últimos dias a chuva trouxe à tona novos problemas, como as infiltrações nas paredes e ruas alagadas. Em contrapartida, a dificuldade é ainda maior para quem está na espera, já que sofrem com as chuvas e o frio, morando em barracos feitos com lona e madeira, e muitas dessas pessoas ocupavam a antiga Cidade de Deus.
Segundo a Amhasf (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários), as obras devem ser entregues até dezembro deste ano e 98 moradias estão sendo construídas no bairro, e deste total 37 já foram entregues.
Desempregada, Alessandra Moraes, de 28 anos, que mora com o esposo e mais quatro filhos, aponta que por conta das últimas chuvas o telhado de sua casa encharcou e acabou infiltrando um pouco de água.
“Fiquei nove meses no barraco com meu marido e meus quatro filhos, e entrei pra casa faz quase um ano; com essa chuva o telhado aqui molhou e ficou encharcado, acho que por isso molhou um pouco aqui dentro. Eles ainda não terminaram a construção, aqui em casa mesmo falta a pintura, colocar o forro e terminar as outras casas. Quando passa ônibus, vai lama pra todo lado.”
A senhora Romilda Fernandes Mendes, 68, que mora no José Teruel Filho há oito anos e espera por uma casa, conta sobre a dificuldade que passa morando em um barraco de lona e madeira improvisada.
“Aqui quando chove a rua alaga toda, o pior ainda é quando passa carro e joga a água toda pra dentro. Meu barraco molha tudo por dentro, é fogão, geladeira, cama e por aí vai, toda chuva é do mesmo jeito. Até agora não sabemos de nada sobre quando vamos entrar pra casa nova”, disse a moradora.
Moradora há dez anos no bairro, Daniane Duarte, 41, conta que mora no habitacional construído por programas habitacionais e que nunca teve problema com chuva em sua casa, mas sofre com as ruas alagadas.
“Minha casa nunca teve nenhuma infiltração, mas por outro lado, a gente sofre com a rua alagada. Às vezes pra andar aqui parece que vamos precisar de uma canoa”, ressaltou Daniane. Em nota, a Amhasf informou a O Estado que as casas foram entregues em perfeitas condições. “A Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários esclarece que os moradores podem ligar pelo telefone (67) 3314-3900 para agendar uma visita técnica e procurar o fiscal da obra para relatar os problemas. Os beneficiários que receberam as unidades habitacionais realizaram a vistoria e assinaram o laudo do imóvel que se encontrava em perfeito estado”, informou o comunicado da Amhasf.
CUFA na luta contra a fome
Em Campo Grande a CUFA (Central Única das Favelas), atende a um grande número de pessoas que necessitam de doação por conta das chuvas desta semana. A voluntária e gestora da CUFA, Livia Lopes, ressalta a queda nas doações.
“Temos uma baixa doação, por exemplo, não temos cobertor, agasalho, ou uma lona que seja para ajudar essas famílias”, disse a gestora.
Doações podem ser entregues na sede da CUFA ou via Pix (chave CPF 36692138809)
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