Moradores apontam insegurança no entorno do monumento Maria-Fumaça

Nilson Figueiredo
Nilson Figueiredo

Segundo população, crimes se tornaram frequentes nas últimas semanas

O monumento Maria-Fumaça foi instalado em 2018 na Orla Ferroviária, em Campo Grande, com a intenção de que, à medida que o espaço fosse ocupado pela população,a região ficasse mais segura. Porém, três anos depois, os frequentadores afirmam que o entorno continua perigoso e frequentado pelos usuários de drogas.

A dona de casa Fabíola Bennett, 49, mora perto do monumento e duas vezes ao dia passeia com a cachorrinha dela. A mulher sempre caminha do lado oposto da rua, já que tem receio de ir próximo do quadrilátero em que está a maria-fumaça. “O pessoal sempre reclama desse espaço. Eu não a levo para passear daquele lado, porque mais para dentro [da Orla Ferroviária] tem um odor forte de urina e de outras coisas. À noite ou bem cedo são mais frequentes os usuários”, explicou.

Para a moradora, o local é abandonado e precisa de mais cuidados. “Precisa de iluminação e mais policiamento. Vez ou outra passa uma moto ou carro da polícia, mas precisa de algo frequente.”

Odilon Nakasat, 65, explicou que o problema está no entorno e não no monumento. “Aqui até que melhorou bastante quando colocou a maria-fumaça, só que da ponte para lá, na Rua Antônio Maria Coelho, fica repleto de usuários. Todos os dias passeio com o cachorro e os vejo, eles já me conhecem, nunca tive problema, mas outras pessoas podem ficar com receio”, disse.

O massoterapeuta afirmou que a região em que mora desde quando nasceu tem fama de ser perigosa. “É comum os motoristas de aplicativo cancelarem corrida para cá, porque têm medo dessa região. Uma vez eu perguntei para um motorista e ele me disse que é porque aqui é perigoso”, assegurou Odilon.

Rafael Gomes, 30, também é morador da região e, na quarta- -feira (27), quase foi vítima dos usuários que ficam no entorno. “Tentaram roubar a minha moto mais cedo”, disse sem dar mais detalhes. “Aqui tem bastante usuário. Dependendo do horário não venho caminhar, não dá”, desabafou.

Acompanhando Rafael em uma caminhada no fim de tarde, a administradora Larissa Gomes, 26, reclamou da falta de segurança. “Antes ficava um guarda, mas ele não tem vindo mais aqui. Com ele a região ficava mais segura”, ressaltou.

Para o massoterapeuta Odilon, a região precisa de ações para que seja mais movimentada. “Aqui tinha de ter alguma coisa que chamasse a população, que trouxesse vida para cá. Aqui tem tudo para ser um dos melhores pontos de Campo Grande”, afirmou.

A SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social), responsável pelo SEAS (Serviço Especializado em Abordagem Social), informou que realiza abordagens diárias na área da Orla Ferroviária.

Segundo a pasta, durante a ação são ofertados os serviços de acolhimento, incluído nas comunidades terapêuticas para usuários de drogas. Porém, ainda de acordo com a SAS, muitos recusam o atendimento.

Policiamento continua

Segundo a Guarda Civil Metropolitana, o policiamento na região continua normal. Há um contêiner que fica a 10 metros do monumento Maria- -Fumaça com profissionais realizando a segurança. Além disso, a guarnição realiza rondas com carros, motos e bicicletas.

Ainda conforme a assessoria de imprensa, pode ser notada a falta do guarda de serviço quando alguma ocorrência é registrada e ele precisa encaminhar suspeitos para a delegacia. Porém, o órgão afirma que a região não fica sem monitoramento, já que tem câmeras ligadas 24 horas.

A Guarda Civil Metropolitana ressaltou que denúncias podem ser feitas pelo 153. (Mariana Ostemberg)

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