Intercambialidade de vacinas: Campo Grande não deve aplicar a Pfizer

SAVANNAH, GA - DECEMBER 15: A nurse shows off a vial  of the Pfizer-BioNTech COVID-19 vaccine outside of the Chatham County Health Department on December 15, 2020 in Savannah, Georgia. Georgia Governor Brian Kemp was on hand to witness initial administering of vaccines in the state. (Photo by Sean Rayford/Getty Images)
SAVANNAH, GA - DECEMBER 15: A nurse shows off a vial of the Pfizer-BioNTech COVID-19 vaccine outside of the Chatham County Health Department on December 15, 2020 in Savannah, Georgia. Georgia Governor Brian Kemp was on hand to witness initial administering of vaccines in the state. (Photo by Sean Rayford/Getty Images)

Mesmo após a SES (Secretaria de Estado de Saúde) autorizar os municípios a aplicarem a vacina Pfizer para a segunda dose de quem recebeu a primeira de AstraZeneca ou CoronaVac, Campo Grande não deve utilizar essa estratégia. É que, segundo o secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, como a Capital tem adiantado o calendário de vacinação, não necessita utilizar outra marca de imunizante para impedir atrasos de aplicação.

Uma das justificativas da SES para aprovação da chamada intercambialidade de vacinas é o atraso do envio, por parte do Ministério da Saúde, de lotes da AstraZeneca em razão da falta do IFA (ingrediente farmacêutico ativo) para a produção das doses pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). Porém, esse problema ainda não afeta Campo Grande.

O titular da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) explicou que, nos meses de abril, maio e junho, um grande número de doses desse imunizante estava previsto para ser distribuído pelo Ministério da Saúde, diferente de julho, agosto e setembro, quando a quantidade entregue de AstraZeneca seria menor. Por isso o município decidiu se precaver adiantando o calendário da segunda dose, diminuindo o intervalo entre uma aplicação e outra de 12 para 8 semanas.

“Com oito semanas de prazo, consigo ficar mais 30 dias sem aplicar nenhuma segunda dose [da AstraZeneca], porque estou no prazo, já que eu consegui adiantar a aplicação e estava prevendo que os meses de julho, agosto e setembro seriam o ‘gargalo’ da AstraZeneca. Isso já era previsível, por isso que não temos a necessidade de usar a segunda dose com Pfizer”, explicou José Mauro Filho.

Até ontem (14), Campo Grande tinha um estoque com cerca de 7 mil doses da AstraZeneca e vacinava com a segunda aplicação pessoas que receberam a primeira dose até o dia 15 de julho. Se o município estivesse cumprindo o intervalo máximo estabelecido pelo fabricante, de 12 semanas entre uma aplicação e outra, esse grupo que estava sendo imunizado nessa terça-feira só se vacinaria no próximo mês. “Terminando essas 7 mil doses, vamos aguardar a AstraZeneca chegar, porque a população vai estar dentro das oito semanas que é o prazo que a gente pode aguardar para a segunda dose”, reforçou.

Ainda conforme o secretário, as pessoas que precisam tomar a segunda dose da CoronaVac também estão com o ciclo vacinal em dia. Caso Campo Grande precisasse usar a Pfizer para imunizar quem recebeu a primeira dose de AstraZeneca ou do imunobiológico do Instituto Butantan, prejudicaria a aplicação da terceira dose.

“Eu preciso da Pfizer para fazer a D3 e D2 de Pfizer, os municípios que vão usar a Pfizer para fazer a D2 de AstraZeneca não vão fazer a D3 e nem segunda dose de Pfizer. Adiantamos o calendário, justamente para eventual problema como esse que está acontecendo, isso foi uma estratégia assertiva, porque o Brasil inteiro está tendo falta [de AstraZeneca]”, finalizou José Mauro.

Aplicação de segunda dose com Pfizer

Uma resolução da CIB (Comissão Intergestores Bipartite) autorizou os municípios a realizarem a intercambialidade de doses a
partir dos lotes da Pfizer que chegaram a Mato Grosso do Sul na segunda-feira (13) e foram distribuídos aos municípios ontem (14).

Segundo o titular da SES (Secretaria de Estado de Saúde), Geraldo Resende, estudos recentes apontam a eficácia da intercambialidade de vacinas contra a COVID-19. “Temos constatações científicas de que essa medida apresenta segurança e pode levar ao aumento da resposta imunológica das pessoas”, constata.

A intercambialidade entre as vacinas também foi liberada pelo Ministério da Saúde por meio de nota técnica quando não for possível aplicar a segunda dose com o imunizante do mesmo fabricante. A segunda dose deverá ser administrada no intervalo previamente definido, respeitando o intervalo adotado para o imunizante utilizado na primeira dose.

(Texto: Mariana Ostemberg com informações da assessoria)

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