Fisioterapia Pélvica: Aliada na prevenção contra doenças de homens e de mulheres

Fisioterapia
Foto: Divulgação

A procura por fisioterapia para tratamentos de problemas já instalados no corpo é algo muito comum, corriqueiro no trabalho dos fisioterapeutas, profissionais que na verdade não atuam somente no tratamento de lesões e na promoção da reabilitação, mas também na prevenção contra diversas doenças, incluindo as relacionadas à região pélvica de mulheres e homens.

A fisioterapia pélvica, como é chamada esta especialidade, para gestantes, por exemplo, é uma importante aliada tanto no trabalho de parto quanto no pós-parto, e, embora já seja aplicada no Brasil desde a década de 80, muitos ainda a desconhecem.

A professora do Curso de Fisioterapia da Estácio Ana Fraga explica que ela é chamada também de fisioterapia uroginecológica, por envolver as áreas da urologia (sistema urinário), ginecologia (sistema ginecológico), coloproctologia (sistema intestinal), sexologia e obstetrícia – e atua na área de disfunções do assoalho pélvico ou de problemas relacionados ao períneo.

“Trata-se da prevenção ou reabilitação de toda e qualquer estrutura que envolva o assoalho pélvico, desde a musculatura até ligamentos que sustentam órgãos como bexiga, útero e intestino. O assoalho pélvico possui essa responsabilidade de sustentação dos órgãos, como útero nas mulheres, e próstata nos homens; e também atua auxiliando no controle da saída de fezes e urina, e ainda participa do controle e reposta sexual. A chamada ‘bacia’, popularmente dizendo, possui papel importante na vida do homem e da mulher”, destaca a fisioterapeuta.

No caso da gestante, a fisioterapia pélvica ajudará a preparar e a fortalecer o assoalho pélvico – que é o responsável por sustentar os órgãos pélvicos e abdominais e ainda fazer a conexão entre o tronco e os membros inferiores – para sustentar o bebê, a placenta e tudo o mais que a gestação envolve, alterando o corpo da mulher e deixando-o mais vulnerável nesse período em razão do peso extra na região.

Ana Fraga explica que os exercícios também podem preparar a musculatura para o parto vaginal, facilitando um processo que ainda assusta muitas mulheres.

“Além disso, uma musculatura de assoalho pélvico bem trabalhada evita incontinências tanto urinárias quanto fecais, evita problemas sexuais e até mesmo desconfortos psicológicos”, afirma.

Encaminhamento dos pacientes deve ser feito pelo médico

A fisioterapeuta observa que o encaminhamento do paciente é feito pelo médico: no caso das mulheres, normalmente é o ginecologista, e no caso dos homens dependerá da patologia diagnosticada pelo especialista. Ela também orienta avaliar o estado psicológico do paciente, já que problemas com o assoalho pélvico desencadeiam questões emocionais ou vice-versa, exigindo uma avaliação profissional para saber onde o problema começou.

Além disso, o fisioterapeuta que aplica a técnica deve ter conhecimento de toda a região do assoalho pélvico e também das atividades que devem ser direcionadas em cada caso específico: incontinência urinária feminina e masculina; incontinência anal feminina e masculina; bexigas neurogênica e hiperativa; retenção urinária; prolapsos genitais; constipação intestinal; disfunções sexuais geminas e masculinas; ejaculação precoce; disfunção erétil; disfunções miccionais na infância; pré e pós-operatório de cirurgias pélvicas; além da preparação para o parto; atendimento durante o trabalho de parto; prevenção contra patologias pós-parto.

“Ao longo dos anos, com a idade, vamos perdendo massa muscular, mas só nos damos conta da musculatura que fica aparente e esquecemos que temos musculaturas internas de extrema importância”, destaca, e acrescenta que existem exercícios e atividades que podem ser feitos para prevenir contra as patologias que cercam o assoalho pélvico, mas os cuidados com a região vão além de apenas exercícios.

Por Rafaela Alves – Jornal O Estado do MS

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