Empreendedor desistiu de bariátrica e emagreceu 45 kg

Dayane Medina

A obesidade e o sobrepeso é um mal que afeta milhares de pessoas ao longo da vida. Quando atividades corriqueiras, como subir e descer escadas se tornou um pesadelo, Julieno Cabreira, de 37 anos, procurou uma medida radical: a cirurgia bariátrica. Por se tratar de um método mais rápido até a chegada do resultado desejado, por duas vezes o empreendedor procurou médicos e marcou a cirurgia. “Os primeiros exames foram feito em 2015 e depois em 2017, procurei um endocrinologista que me passou alguns remédios, mas eu não gostei, foi quando decidi fazer a cirurgia”, contou.

Até que tudo se ajeitasse, Julieno desistiu. “Na minha família já tem histórico de quem optou pela cirurgia. Minha irmã fez e deu certo com ela, mas não quis passar pelo mesmo procedimento e desisti”, lembrou. Passado dois anos, com uma vida regada a lanches e refrigerantes, relembrando o ganho de peso ao longo de sua história, Julieno decidiu procurar novamente os médicos para o procedimento cirúrgico. “Procurei um gastro que autorizou a fazer a cirurgia devido o meu peso de 135 kg, mas novamente desisti, pois acreditava que existia uma maneira de emagrecer de forma consciente. Foi uma luta”, disse.O empreendedor percebeu que estava na hora de mudar quando as coisas mais simples ficaram complicadas. “Eu passava mal de subir e descer escadas, acordava cansado, até jogar futebol, tudo ficou mais difícil, fui perdendo as mobilidades, não achava roupas que me serviam. Então coloquei na cabeça que precisava mudar”, contou.

O desafio começou em janeiro deste ano, quando o Julieno acompanhado da esposa, Sue Anne Calais, reviu seu estilo de vida e encontrou no centro de treinamento Nova Geração Training a forma mais saudável de emagrecimento. “Depois das festas de fim de ano, decidimos investir nas nossas saúdes e encontramos o centro onde já estamos há oito meses. Aqui fomos bem acolhidos, a personal sempre nos deixou à vontade e com toda paciência e calma sabendo das suas limitações, nos auxiliou para um resultado de perda de 45 quilos”, relatou. Julieno ainda conta que a esposa foi uma grande companheira incentivadora e que por estar também acima do peso iniciou os treinos juntos e conseguiu se curar da depressão. O primeiro passo da mudança foi tirar do cardápio coisas que adorava consumir como excesso de doces, lanches e refrigerantes. “O mais difícil é se adequar a uma nova realidade, antes as refeições eram bobeiras, ainda sinto vontades, mas hoje vou redescobrindo comidas gostosas e saudáveis” comentou.

A personal, Suzani Pinheiro, explicou que o centro de treinamentos tem um grupo de reeducação alimentar, onde a nutricionista cuida da alimentação dos alunos, que tem um período de 20 dias para a reeducação, e uma semana de folga. “Não trabalhamos com dieta, eles vão aprendendo o valor dos alimentos e então a montar seu próprio prato com o que pode e o que não pode”, detalhou. A nutricionista do centro de treinamento, Bruna Marçal, ensina que o aluno pode comer bem e de forma saudável. “Eles vão aprendendo o que o alimento vai trazer de benefício ao corpo dele. Isso é a reeducação alimentar. É nesse período mensal que trabalhamos a redução de peso”, explicou.

Hoje, com 90 kg, Julieno se orgulha da mudança de vida. “O melhor de tudo é você ver roupas antigas voltar a servir, conseguir caminhar sem se cansar, se sentir bem mesmo e virar exemplo para muitos”, afirmou.

Endocrinologista alerta sobre hábitos de vida

Pesquisa realizada no ano passado pela Vigitel (Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico) aponta a Capital sul-mato-grossense entre as seis com maior número de pessoas acima do peso. Para avaliar a obesidade e o sobrepeso, a pesquisa teve como base o IMC (Índice de Massa Corporal) de cada pessoa. Através dele, é possível classificar um indivíduo em relação ao seu próprio peso.

De acordo com a Endocrinologista Cristina Nicodemo Gaban, esse cálculo é feito por meio de uma conta que divide o peso da pessoa pela altura elevada ao quadrado. “Quando o índice é igual ou maior que 25 kg/m² é considerado sobrepeso. Quando ultrapassa os 30 kg/m² é obesidade”, explicou.

Cristina afirma que a população está acima do peso devido a uma má alimentação e hábitos desfavoráveis a saúde. “Apesar dos brasileiros estarem fazendo mais atividades físicas, a última avaliação mostra um contrassenso e aumento no número de obesos na Capital. As pessoas se entregam a alimentações regadas a carne, gordura animal e por mais que faça atividade física para amenizar o impacto alimentar, existem outros fatores que desencadeiam a obesidade e sobrepeso”, ressaltou.

O sono é importante para o controle do peso. Quem dorme pouco acaba ganhando peso dormindo. O número de horas de sono é fundamental para o funcionamento do metabolismo. “Quem dorme menos que 6 horas por noite estão propensos a engordar. Não adianta buscar recuperar essas horas de sono durante o dia, pois não funciona da mesma forma”, disse.

Outro fator destacado pela doutora, principalmente em casos de crianças está relacionado ao videogame e uso de computador. “As crianças que acabam ficando muito tempo no videogame, além de estimular em excesso a visão, acabam ficando mais sedentárias, interferindo no ritmo biológico causando a obesidade”, relatou.

Mas como a obesidade é reconhecida como uma doença, o mais indicado é que a pessoa busque reverter a situação mudando hábitos comportamentais. “Depende do comprometimento de cada um e o metabolismo, as pessoas conseguem alcançar seus objetivos. Não é preciso ter pressa de perder tudo o que ganhou ao longo da vida em um mês. É necessário ter uma alimentação balanceada, praticar atividades físicas, de no mínimo 30 minutos diários para essas atividades, com isso conseguiremos mudar as estatísticas”, finalizou.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *