Os trabalhos de busca ativa para a vacinação contra a Poliomielite foram intensificados pelas equipes das unidades de saúde, com realização de ações itinerantes nas escolas infantis de Campo Grande para ampliar a cobertura vacinal.
Na manhã desta quinta-feira (29), as equipes da UBS (Unidade Básica de Saúde) da Carlota estiveram na EMEI (Escola Municipal Infantil) do Bairro fazendo a atualização da caderneta vacinal dos alunos. Até o icônico personagem Zé Gotinha compareceu para incentivar as crianças a se vacinar.
A diretora da Emei, Lucia Salmazio, comenta a importância da iniciativa, devido a alguns pais alegarem não ter tempo de levar os filhos aos postos de saúde, então as equipes nas escolas facilitam. “A gente faz esse contato prévio com a família e pede a autorização e a caderneta da criança para que os profissionais possam consultar o histórico de cada uma”.
Segundo o secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, a intenção é atingir o maior número possível de crianças ainda não vacinadas. “O Município tem buscado estratégias para facilitar o acesso e assegurar o direito da criança se vacinar. É muito importante que os pais e responsáveis também se conscientizem sobre a necessidade de proteger suas crianças de doenças que podem voltar a circular”
Prevista para finalizar nesta sexta-feira (30), mais de 44 mil crianças com idade entre 1 e 4 anos ainda não foram levadas à uma unidade de saúde pelos pais ou responsáveis para verificar a necessidade de receberem a dose de reforço da vacina contra poliomielite. Até o momento, pouco mais de 20% de público alvo foi imunizado com a dose em gotinhas do imunobiológico.
São mais de 57,4 mil crianças nesta faixa etária em Campo Grande, que devem ser vacinadas indiscriminadamente. A única exceção é se ela tiver recebido a dose há menos de 30 dias. Segundo a orientação do Ministério da Saúde, 95% deste público deveria receber a vacina, e assim seria possível garantir que a poliomielite, que circula em outros países, não fosse reinserida no território nacional novamente por pelo menos mais um ano.
Países como Estados Unidos, que estavam há mais de uma década sem registrar nenhum caso da doença, também conhecida como paralisia infantil, já confirmaram novos casos de pacientes contaminados e que apresentam sintomas de enfraquecimento muscular grave, provocando a perda gradativa ou total do movimento principalmente dos membros inferiores.
Segundo a Organização das Nações Unidas, o Brasil é um país que tem um risco altíssimo de reinserção do vírus, assim como aconteceu com o sarampo, justamente por causa da baixa cobertura vacinal. Desde o início da campanha, em 08 de agosto, apenas 13.343 crianças entre 1 e 4 anos estiveram em uma das 73 unidades de saúde da Capital para verificar a necessidade de se vacinar. Desse total, 11.736 receberam a dose, o que corresponde a 87% de quem foi até a unidade de saúde.