A UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), uma instituição “quarentona” que ocupa a liderança de como a mais bem avaliada no Estado. Exatamente, no dia 5 de julho de 1979, é marcado a sua federalização. Os cortes enfrentados em 2019 pelo governo federal atingiu as bolsas de incentivo a estudo, o ano de 2020 vai ficar marcado pela queda do orçamento, previsto R$ 778 milhões, 13% menor do ano passado.
Muito do recurso fica apenas para pagamento do funcionalismo, cerca de 85%, conforme balanço publicado pela instituição. Apesar de ser referência de ensino, pesquisa e extensão, a UFMS apresenta problemas que se arrastam ao longo dos anos, como a falta de estrutura em determinados serviços e redução no quadro de professores em cursos que obtém menor procura.
No último ano, a instituição enfrentou protestos pelo corte de verbas e recebeu a uma das principais feiras científicas do país, a 71ª reunião anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), que levou mais de 30 mil visitantes. Apesar disso, existem demandas recorrentes que necessitam de atenção.
O acadêmico, Leonardo Cristian Martins, já passou por dois cursos na instituição e, hoje, cursa História, relata que existem pontos que podem ser melhorados no campus da Capital, sendo reparos estruturais que colocariam, por exemplo, o fim das goteiras no pátio central.
“Em relação a infraestrutura, não existiram muitas mudanças de 2013, quando entrei na instituição, pra cá. Houve algumas mudanças estéticas, mas nada muito efetivo e uma mudança real não deve vir tão cedo, são salas que não estão estruturadas, algumas outras salas vivem com goteira ou com a fiação solta, e essas coisas não deveriam ocorrer”, pontua.
Além disso, outro ponto está na baixa oferta de professores, que acabam dificultando o andamento do ano letivo. “A instituição possui um número limitado de professores para alguns cursos, no geral, são cursos menores que tem apenas um horário, sendo matutino ou noturno, isso acabam interferindo bastante o andamento da disciplina, e no geral, caso perca essa disciplina por algum motivo, acaba perdendo quase um ano de curso”, revela.
De acordo com o coordenador do DCE/UFMS (Diretório Central dos Estudantes da UFMS), Henrique Alencar, nos últimos anos, o acadêmico passou a ser ouvido pela instituição e principalmente durante a pandemia, o aluno que precisou, teve suporte da instituição.
“Nós temos um diálogo mais próximo, com a pandemia, muitos alunos foram afetados, existem aqueles que dependiam do RU [Restaurante Universitário] para se alimentar e foi criado um auxílio, para que esse aluno não passe necessidades, tendo também um auxílio para aqueles que não possuem internet em casa e nem equipamentos de eletrônicos. E essa demanda foi uma solicitação nossa”, destaca.
A pandemia provoca também afeta diretamente o andamento dos cursos durante a pandemia, o curso de medicina, um dos principais da instituição, mantém parte de seus alunos em casa, sendo os primeiros semestres e os últimos semestres atuam no auxílio ao enfrentamento no HU (Hospital Universitário). Além disso, o coordenador do curso de medicina, Marcelo Vilela, apontou durante uma transmissão online, que as turmas de pós-graduação, realizam apoio direto ao Estado.
“Na pós-graduação, nós estamos apoiando o programa de doenças infecto parasitárias, pegamos o desafio de montar um laboratório para apoiar a gestão pública, realizando o diagnóstico dos servidores que estão no enfrentamento do COVID-19. Ganhamos recursos do Estado e do MEC, um outro programa de pesquisa busca estudar as sequelas pulmonares que pacientes que contraíram o vírus, os acompanhando em longo prazo”, disse.
Voto em casa
Na próxima semana, dia 17 de julho, a universidade realiza as eleições para definir um novo reitor que atuará entre o fim de 2020 até 2024. São cinco chapas concorrendo, entre elas o atual reitor, Marcelo Turine que concorre a reeleição. Respectivamente ao número da chapa, os candidatos a reitor e vice-reitor são: Elizabeth Maria Azevedo Bilange e Lucilene Machado Garcia Art; Marcelo Augusto Santos Turine e Camila Celeste Brandão Ferreira Ítavo; Lincoln Carlos Silva de Oliveira e José Antonio Menoni; Augustin Malzac e Marta Rios Alves Nunes da Costa; e Lídia Maria Lopes Rodrigues Ribas e Günter Hans Filho.
Devido a pandemia, as eleições ocorreram através da internet. O sistema será administrado pela Agetic (Agência de Tecnologia da Informação e Comunicação) e deverá ser solicitado pela Comissão Eleitoral. O novo sistema é sigiloso e não identifica o qual participante foi votado. Para apresentar os candidatos o jornal O Estado produziu uma série de matérias que apresentam as propostas das cinco chapas envolvidas, como plano para administração, ensino e segurança.
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(Texto: Amanda Amorim/Publicado por João Fernandes)