Atropelamentos de capivara e quatis cai 57% em Campo Grande

Para veterinário e representante técnico do CRAS esse é o ponto positivo da pandemia

A pandemia do novo coronavírus mexeu com a rotina de todo um mundo e desde a chegada do vírus no Brasil que o isolamento social é a palavra de ordem. Desde então quem pode, está ficando em casa a fim de controlar o número de infectados e com isso a quantidade de veículos transitando pelas ruas, consequentemente, diminuiu. E diante desse fato, o lado positivo é que o número de animais atropelados também apresentou uma queda expressiva tanto nas ruas de Campo Grande, como nas estradas de Mato Grosso do Sul.

Conforme dados do projeto Quapivara do CAOMA (Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo, Patrimônio Histórico e Cultural do Ministério Público de Mato Grosso do Sul), o número de capivaras e quatis atropelados, animais que convivem com a população campo-grandense, apresentou uma queda de 57% ao comparar o número desde ano, onde de 1º de janeiro a 30 de junho, foram contabilizados 18 atropelamentos , com o mesmo período de 2019, quando foram registrados 42 atropelamentos.

Esses números são contabilizados através das notificações encaminhadas pela própria população via aplicativo de conversa para o projeto. Por nota, o CAOMA informou que com as notificações “são criados mapas indicando as vias com maior fluxo de animais silvestres, para então, junto com os parceiros, solicitar maior sinalização desses locais a fim de minimizar acidentes e morte dos animais”.

Essa queda no número de animais atropelados também foi sentida pelo Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), de Mato Grosso do Sul, que recebem os animais para reabilita-los. Dados da instituição mostram que a redução é de 52% se compararmos fevereiro, mês que ainda não tinham as restrições por conta do Covid-19, com o mês de junho.

“Em fevereiro nós recebemos 142 animais silvestres, isso entre atropelamento, resgate e entrega voluntária de animais que eram domesticados. Já em junho esse número caiu para 68, no entanto, é o maior registrado desde março, inicio da pandemia, e nós relacionamos a dois fatores, primeiro ao crescimento devido o período de reprodução de muitos animais, como por exemplo, o gambá, e também pelo retorno de muitas atividades”, assegura o médico veterinário e representante técnico do CRAS, Lucas Cazati.

Ainda segundo os dados, de fevereiro a junho, abril foi o mês em que eles receberam menos animais, 51, ou seja, 64% a menos que o mês de fevereiro. “Chegávamos a receber de 10 a 15 animais por dia aqui no Cras antes da pandemia do coronavírus, agora tem dia que não recebemos nenhum. Esse para nós que lidamos com esses animais é o ponto positivo da pandemia e a natureza agradece e muito ”, avalia Cazati. Em março, 62 animais foram acolhidos pelo Cras e maio foram 57.

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(Texto: Rafaela Alves/Publicado por João Fernandes)

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