Especialista alerta para redução de 4,5% na taxa de transplantes em 2021
Todos os anos, a doação de órgãos proporciona para milhares de pessoas uma nova oportunidade de vida. Seja com um transplante de fígado, rim, pulmão, coração, pâncreas e intestino. Além disso, muita gente recebe córneas e outros tecidos.
Apesar de o transplante ser um dos grandes avanços na área da medicina, um levantamento feito pela ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos) apontou que, em 2021, o número de doadores de órgãos foi 4,5% menor que o registrado em 2020. Com isso, a taxa de doadores efetivos por milhão de pessoas da população, que tinha atingido 15,8 em 2020, caiu para 15,1 no ano passado.
De acordo com a médica e professora do IDOMED Fapan Letícia Cristino Francisco, em razão do número de partes do corpo que podem ser cedidas, cada doador pode salvar oito vidas ou mais.
“A doação de órgãos proporciona o prolongamento da expectativa de vida de pessoas que precisam de um transplante, permitindo o restabelecimento da saúde e, por consequência, a retomada das atividades normais”, afirma.
A médica explica que, nos casos de morte encefálica, os órgãos que podem ser doados são: coração, pulmões, fígado, rins, pâncreas e intestino. Tecidos como córneas, ossos, pele e válvulas cardíacas também podem ser doados nessa situação. Já na morte por coração parado, somente os tecidos – córneas, ossos, pele e válvulas cardíacas – podem ser doados.
“No Brasil, não é permitido o transplante de nenhum outro órgão, como, por exemplo, útero, mão e outras partes do corpo humano”, explica a professora.
Quem quer doar os órgãos, o que deve fazer?
Para quem quer ser doador, o Ministério da Saúde orienta que a primeira coisa a ser feita é avisar a família sobre a vontade. Avisar a família é importante pois é ela que, após a morte do ente familiar, autoriza, por escrito, a doação dos órgãos e tecidos.
“Não é necessário registro em qualquer documento ou em cartório, nem mesmo em testamento. Basta apenas informar seu desejo aos seus familiares. Desde 2001, quando houve alteração na legislação, o que consta na Carteira de Habilitação ou de Identidade perdeu valor, prevalecendo a vontade da família”, explica a médica.
Por Bruna Marques – Jornal O Estado de MS.
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